“Basta
de sucessivas alterações da ordem constitucional no país” diz o Presidente da
Republica
Bissau 26 Set 14 (ANG) – O
Presidente da Republica disse quarta-feira “basta às sucessivas alterações da
ordem constitucional, seguidas de períodos de transição politica porque o país
já não tem condições e nem pode dar-se ao luxo de voltar a embarcar em
aventuras semelhantes”.
José Mário Vaz que falava
por ocasião da comemoração do 41° aniversário
da independência da Guiné-Bissau, disse que os guineenses devem concentrar-se naquilo
que os irá unir porque têm um grande desafio que é a paz, estabilidade, o crescimento e desenvolvimento económico do
país.
“ A hora é de acção e muito trabalho e não de palavras,
chegou o momento de arregaçarmos as mangas e metermos as mãos na lama para
assim construirmos a nossa economia, seguindo os ensinamentos do nosso saudoso
líder imortal, Amílcar Cabral, que afirmava que a agricultura é a base da nossa
economia”, recorda o Presidente da Republica.
Mário Vaz disse tratar-se de
um momento de “Revolução Verde”,
instrumento para reduzir o nível da fome, da pobreza e criar empregos para os jovens.
Disse que, enquanto
Presidente da Republica, gostaria de deixar como legado, no primeiro e segundo ano de mandato, o inicio do fim da
insuficiência alimentar , ou seja que o país passasse a produzir o arroz em
quantidade e qualidade suficiente para alimentar a população nacional.
Falando perante deputados,
membros do governo e do corpo diplomático, o Presidente da Republica reafirmou
a sua confiança nas Forças Armadas salientando que, com o nível de confiança
que hoje existe no país, é um exemplo ao mundo que o guineense quando quer faz.
“ Por isso, queremos
assegurar que as mudanças feitas nas instituições e eventuais outras que vieram
a ser feitas, não devem ser entendidas como sendo contra alguém. Foram e serão
no interesse de todos, pelo que em cada momento temos que avaliar quem, em
função das circunstâncias, está em melhores condições para servir o bem comum “
esclareceu.
JOMAV, como também é conhecido sublhinhou que há que pensar em soluções abrangentes e
consistentes que valorizam o estatuto das vítimas, criando um quadro que
valoriza e facilite que todos os guineenses possam contribuir para o esforço
colectivo de paz e reconciliação nacional.
“ Mediante isso aproveito
para tornar público que irei indultar cidadãos nacionais, como gesto simbólico de
que é possível o perdão e a reconciliação no seio da nossa sociedade por um
lado e por outro, que cada um de nós merece uma segunda oportunidade na vida.E
é esta, a segunda oportunidade que o país também espera receber da parte da
Comunidade Internacional “ vincou.
No domínio da justiça, o
Presidente da Republica espera um verdadeiro virar da página, colocando o
cidadão no centro de toda a actividade, por ser ele o fundamento e razão de ser
da justiça.
Segundo o chefe de estado
guineense, o medo, a arrogância, o abuso de poder, a parcialidade, a corrupção
e interesses obscuros que tem gravitado e ainda gravitam a volta deste poder
tão importante na afirmação do Estado de direito democrático no país tem de
acabar e ninguém pode ter a pretensão de apropriar -se daquilo que é de todos,
a nossa terra.
“No meu mandato isso não acontecerá. Quero uma
Guiné deferente, um país em que reine o primado pela lei, quero uma Guiné de
todos e para todos, não haverá guineenses de primeira, segunda e nem guineenses
ricos ou pobres. Todos serão iguais perante a lei “ clarificou.
Acrescentou que” o sector judiciário, sendo um dos pilares do
Estado de direito democrático, não pode ser o lugar para ajuste de contas, de
combate político, enriquecimento ilícito, protecção de familiares e amigos ou
ainda arma de arremesso contra todos os que não fazem parte da família”.
“ Farei uso de todos os
poderes que a Constituição da Republica me confere para combater, sem tréguas, a
utilização do poder judiciário para ajuste de contas, corrupção, combate
político ou de outra natureza, “ esclareceu.
ANG/MSC/SG
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