Homenagem
“Os
guineenses devem ter o orgulho de partilharem o mesmo país com Amílcar Cabral”
diz o Presidente do PAIGC
Bissau 15 Set 14 (ANG) – O Presidente do Partido Africano
da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), afirmou que o povo de Bafatá e
da Guiné-Bissau em geral devem sentir-se orgulhosos de pertencerem a terra onde
nasceu Amílcar Cabral.
Domingos Simões Pereira que falava no passado dia 12 de
Setembro na cidade de Bafatá, quando presidia as celebrações de 90° aniversario
de nascimento de Amílcar Cabral, disse que o
efeméride passou a ser um acontecimento mundial.
“A escolha da cidade de Bafatá para a comemoração de mais
um aniversário de Amílcar Cabral significa o retorno da dignidade à esta
cidade. É vir buscar o que eventualmente
estava a faltar para, de facto, se construir a nação com que ele sonhou”,
disse.
O Presidente dos “libertadores” frisou que reclamar a
herança de Amílcar Cabral não é só uma honra e um privilégio mas também a responsabilidade de sermos capazes de unir o
país e apertarmos as mãos para podermos estar todos juntos para herdar as obras
de Cabral e construirmos a paz e reconciliação no seio dos guineenses.
Simões Pereira
sublinhou que pode -se invocar outros tipos de valores, mas se os guineenses
não forem capazes de combater a pobreza e desenvolver o país não estarão a
herdar Cabral porque ele representa tudo isso.
“Por isso já entregamos a Assembleia Nacional Popular a
nossa proposta de Pograma de Governo e Orçamento Geral do Estado para o ano em curso.
Temos a confiança de que vai merecer a análise dos nossos deputados e no fim
nos dar aval para que de facto construirmos este país, uma tarefa que exige o
envolvimento de todos para que possamos criar as condições necessárias para o
cumprimento das promessas eleitorais”, salientou.
Domingos Simões Pereira lamentou o estado degradante em
que se encontra a cidade de Bafatá na qualidade de segunda capital do país, tendo
lançado um desafio à todos para fazer daquela vila natalícia de Amilcar Cabral
uma verdadeira segunda capital durante os próximos quatros anos de governação.
“Vamos fazer isso não só para invocar a memória de Amílcar
Lopes Cabral mas porque é a nossa responsabilidade. Os camaradas e companheiros
de Cabral ainda vivos vão nos ensinar o
que eventualmente não tínhamos aprendido com ele. Mas também ficaram para
testemunhar que a obra de Amílcar ainda
sobrevive com a sua morte”, vincou.
Acrescentou que os guineenses devem sentir-se orgulhosos
quando se ouve que existem universidades no mundo que estão a estudar as
ideologias e pensamentos de Amílcar Cabral.
Por seu turno, em nome dos colegas de Amílcar Cabral , Cármen
Pereira narrou a sua história na
primeira pessoa.
“Amílcar Cabral, ao contrário do que muitos dizem por ai
que é cabo-verdiano, ele nasceu nessa região e acabamos de visitar a casa onde
residiam os pais dele”, esclareceu.
Pereira afirmou que depois de nascer em Bafatá é que o
seu pai o mandou para cabo- verde e depois para Portugal a fim de estudar, mas
nunca esqueceu da sua terra natal e nem o seu povo .
Explicou que quando Amílcar Cabral terminou o curso
voltou a Bissau para trabalhar como Engenheiro Agrónomo na Granja de Pessubé
depois foi enviado para Cabo-Verde pelo poder colonial por desconfiarem das suas movimentações.
“Em Cabo-Verde ele não parou. Fundou outras associações
nacionalistas razão pela qual foi outra vez expulso e mandado de volta à Bissau
onde residiu por vários anos em sua casa cita na Granja de Pessubé com a sua família
e onde posteriormente fundou o PAIGC com mais outros cinco companheiros nacionalistas
“conta a veterana.
Cármen Pereira disse que falar de Cabral leva muito tempo
e que o seu papel não deve ser esquecido, por isso, pediu ao Presidente do
PAIGC para que ponha a funcionar de novo
as Escolas do partido a fim de fazerem as novas gerações de
políticos estudarem as suas obras e conhecer quem foi Cabral e qual é a razão da sua luta e da vinda
do colonialismo português a Guiné-Bissau.
A cerimónia de homenagem ao Amílcar Lopes Cabral pelo seu
nonagésimo aniversário natalício teve lugar em Bafatá e cotou com as presenças
dos militantes e simpatizantes do PAIGC e de outros partidos políticos, representações
diplomáticas, primeiras damas, num ambiente de festa com participação em massa
da população local.
ANG
/MSC/SG
Sem comentários:
Enviar um comentário