sexta-feira, 22 de novembro de 2019

Cabo Verde


Úmaro Sissoco Embalo diz que se ganhar as eleições vai expulsar todas as forças estrangeiras da Guiné-Bissau

Bissau, 22 nov 19 (ANG)– O candidato presidencial Úmaro Sissoko Embalo, confiante que vai à segunda volta, disse hoje que, se ganhar as eleições de domingo, 24, vai expulsar todas as forças estrangeiras instaladas na Guiné-Bissau, porque o país é “soberano”.
“A Guiné-Bissau tem as suas forças armada e polícias e vou obrigar o Governo a investir na capacitação das nossas forças de defesa e segurança. Não irei recorrer às forças estrangeiras para a manutenção da paz. Nós não estamos em guerra”, afirmou, na Cidade da Praia o candidato apoiado pelo Movimento para a Alternância Democrática (Madem-15), após ter sido recebido, em audiência, pelo Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca.
“Pode ser que haja surpresa, que eu ganhe logo à primeira [volta das eleições presidenciais], mas estou com prudência em dizer que serei logo eleito”, afirmou, na Cidade da Praia, Úmaro Sissoco Embalo.
“Estando aqui para um encontro com a comunidade guineense não fazia sentido não cumprimentar as autoridades cabo-verdianas”, precisou Sissoko Embalo, que desmentiu informações postas a circular nas redes sociais, segundo as quais a sua vinda a Cabo Verde tem a ver com um possível pedido de asilo político por parte do actual presidente José Mário Vaz, caso este perca as eleições presidenciais do domingo.
“É a primeira vez que estou a ouvir isto. Por que razão o José Mário Vaz vai pedir asilo político? Que eu saiba ele é Presidente da República da Guiné-Bissau e, mesmo perdendo as eleições, tem o estatuto de ex-Presidente da República”, sublinhou Sissoco Embalo.
Segundo ele, o encontro com o Chefe de Estado cabo-verdiano visou uma “visita amena” que serviu para o cumprimentar e também para se reunir com a diáspora bissau-guineense radicada na ilha de Santiago.
Instado sobre as possibilidades de ganhar as eleições à primeira volta, afirmou que prefere ser “muito prudente”, tendo em conta que a sua origem é a sociedade castrense.
“Tradicionalmente, na Guiné-Bissau nunca um candidato ganhou as eleições na primeira volta”, comentou, admitindo que o PAIGC (Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde) é o “grande cancro” do país e Domingos Simões Pereira é um “eixo do mal”, pelo que todos os que querem ver a Guiné-Bissau a progredir tem que se mobilizar contra o candidato deste partido e “libertar o país de uma vez por todas”.
Segundo ele, já existe um acordo de princípio de base entre os principais candidatos para se unirem contra Domingos Simões Pereira, caso este vá à segunda volta.
Instado qual será a sua postura, caso venha a ser eleito, respondeu que em primeiro lugar é “respeitar e fazer respeitar a Constituição da República e dignificar o Estado da Guiné-Bissau, que neste momento está no chão”.
Quanto a uma possível co-habitação com o Governo liderado pelo PAIGC, garantiu que se este partido ganhar as eleições não terá problemas alguns porque, neste caso, será “Presidente de todos os guineenses”.
“Se o Domingos Simões Pereira me provar uma maioria parlamentar, vou nomeá-lo [para o cargo de primeiro-ministro]”, garantiu Umaro Sissoco Embalo, lembrando que Nuno Gomes Nabiam, presidente da Assembleia do Povo Unido – Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB) já “não faz parte do pacto que tinha assinado com o PAIGC”.
Assegurou aos jornalistas que o PAIGC é responsável pela divisão dos guineenses entre muçulmano e cristãos.
“Sou muçulmano, mas no coração sou cristão, porque a minha mulher é católica”, concluiu.
Ao todo, são 12 as figuras que querem chegar à Presidência da Guiné-Bissau, um candidato a menos do que em 2014. ANG/Inforpress


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