Úmaro Sissoco
Embalo diz que se ganhar as eleições vai expulsar todas as forças estrangeiras
da Guiné-Bissau
Bissau,
22 nov 19 (ANG)– O candidato presidencial Úmaro Sissoko Embalo, confiante que
vai à segunda volta, disse hoje que, se ganhar as eleições de domingo, 24, vai
expulsar todas as forças estrangeiras instaladas na Guiné-Bissau, porque o país
é “soberano”.
“A
Guiné-Bissau tem as suas forças armada e polícias e vou obrigar o Governo a
investir na capacitação das nossas forças de defesa e segurança. Não irei
recorrer às forças estrangeiras para a manutenção da paz. Nós não estamos em
guerra”, afirmou, na Cidade da Praia o candidato apoiado pelo Movimento para a
Alternância Democrática (Madem-15), após ter sido recebido, em audiência, pelo
Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca.
“Pode
ser que haja surpresa, que eu ganhe logo à primeira [volta das eleições
presidenciais], mas estou com prudência em dizer que serei logo eleito”,
afirmou, na Cidade da Praia, Úmaro Sissoco Embalo.
“Estando
aqui para um encontro com a comunidade guineense não fazia sentido não
cumprimentar as autoridades cabo-verdianas”, precisou Sissoko Embalo, que
desmentiu informações postas a circular nas redes sociais, segundo as quais a
sua vinda a Cabo Verde tem a ver com um possível pedido de asilo político por
parte do actual presidente José Mário Vaz, caso este perca as eleições
presidenciais do domingo.
“É a
primeira vez que estou a ouvir isto. Por que razão o José Mário Vaz vai pedir
asilo político? Que eu saiba ele é Presidente da República da Guiné-Bissau e,
mesmo perdendo as eleições, tem o estatuto de ex-Presidente da República”,
sublinhou Sissoco Embalo.
Segundo
ele, o encontro com o Chefe de Estado cabo-verdiano visou uma “visita amena”
que serviu para o cumprimentar e também para se reunir com a diáspora
bissau-guineense radicada na ilha de Santiago.
Instado
sobre as possibilidades de ganhar as eleições à primeira volta, afirmou que
prefere ser “muito prudente”, tendo em conta que a sua origem é a
sociedade castrense.
“Tradicionalmente,
na Guiné-Bissau nunca um candidato ganhou as eleições na primeira volta”,
comentou, admitindo que o PAIGC (Partido Africano para a Independência da Guiné
e Cabo Verde) é o “grande cancro” do país e Domingos Simões Pereira é um “eixo
do mal”, pelo que todos os que querem ver a Guiné-Bissau a progredir tem que se
mobilizar contra o candidato deste partido e “libertar o país de uma vez por
todas”.
Segundo
ele, já existe um acordo de princípio de base entre os principais candidatos
para se unirem contra Domingos Simões Pereira, caso este vá à segunda volta.
Instado
qual será a sua postura, caso venha a ser eleito, respondeu que em primeiro
lugar é “respeitar e fazer respeitar a Constituição da República e dignificar o
Estado da Guiné-Bissau, que neste momento está no chão”.
Quanto
a uma possível co-habitação com o Governo liderado pelo PAIGC,
garantiu que se este partido ganhar as eleições não terá problemas alguns
porque, neste caso, será “Presidente de todos os guineenses”.
“Se o
Domingos Simões Pereira me provar uma maioria parlamentar, vou nomeá-lo [para o
cargo de primeiro-ministro]”, garantiu Umaro Sissoco Embalo, lembrando
que Nuno Gomes Nabiam, presidente da Assembleia do Povo Unido – Partido
Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB) já “não faz parte do pacto que tinha
assinado com o PAIGC”.
Assegurou
aos jornalistas que o PAIGC é responsável pela divisão dos guineenses entre
muçulmano e cristãos.
“Sou
muçulmano, mas no coração sou cristão, porque a minha mulher é católica”,
concluiu.
Ao
todo, são 12 as figuras que querem chegar à Presidência da Guiné-Bissau, um
candidato a menos do que em 2014. ANG/Inforpress
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