UNICEF
pede acções urgentes para lidar com ameaças aos direitos das crianças
Bissau, 19 Nov 19 (ANG) - O
Fundo das Nações Unidas para à Infância (UNICEF) defendeu a necessidade de se desenvolver
acções urgentes e uma renovação do compromisso para com direitos da criança, de
modo a lidar com ameaças antigas e emergentes aos direitos dos menores.
A informação consta numa
nota à imprensa da UNICEF, enviada hoje à ANG, no âmbito de comemoração dos 30 anos da existência da Convenção sobre
Direitos das Crianças (CDC), no âmbito do qual foi apresentado um novo
relatório intitulado : “Convenção sobre
Direitos da Criança na Encruzilhada”.
“Nas últimas três décadas da existência de CDC
assistimos um progresso impressionante, na medida em que cada vez mais crianças
estão a viver mais tempo, melhor e mais saudáveis”, disse a Directora Executiva
da UNICEF Henriqueta Fore citada pelo relatório.
No mesmo documento,
Henriqueta Fore explicou que além dos constantes desafios nas áreas de saúde,
nutrição e educação, actualmente, as crianças enfrentam novas ameaças como alterações climáticas, o abuso online e o cyberbullying.
Tendo mostrado que só através da comunicação e novas tecnologias, da acção
política e do aumento de recursos é que a visão da Convenção sobre os Direitos
da Criança pode tornar uma realidade, em todo o mundo.
Segundo os dados do referido
relatório, tem-se registado ganhos históricos em geral para as crianças do
mundo desde que a Convenção sobre Direitos da Criança foi adoptada. “No
entanto, muitas das crianças mais pobres ainda não estão a sentir esse impacto”,
refere o documento.
O relatório analisa as
realizações das últimas três décadas da
existência de Convenção sobre Direitos da Criança e indica que, onde há vontade
e determinação política, a vida das crianças melhora sempre.
No documento consta que as
principais conquistas da CDC nos últimos 30 anos são nomeadamente, a taxa de
mortalidade nas crianças que baixou em cerca de 60%, a proporção de crianças com
idade para estar na escola primária, mas que não desceu de 18 para 08% como previsto.
“Nos países de baixo e médio
rendimento, a probabilidade das crianças mais pobres morrerem de causas evitáveis,
antes dos cinco anos, é dobro do que das crianças mais ricas”, refere o
relatório.
De acordo com os dados
recentes, apenas metade das crianças das famílias mais pobres da África
Subsaariana são vacinadas contra o sarampo em comparação com 85% das crianças
das famílias mais rica.
Apesar do declínio das taxas
de casamento precoce em todo o mundo, as meninas mais pobres de alguns países
correm maior risco actualmente do que em 1989.
“A pobreza, descriminação e
a marginalização continuam a colocar em risco milhões de crianças mais
desfavorecidas, as mesmas estão física fisiologicamente e psicologicamente em
maior risco dos impactos da crise climática.
Ainda refere que muito
embora mais crianças sejam imunizadas do que nunca, uma desaceleração nas taxas
de cobertura de imunização na última década está a ameaçar reverter os
ganhos conquistados na saúde das
crianças.
A nota informa ainda que, o
número de crianças fora da escola estagnou e que os resultados de aprendizagem
para os que estão na escola permanecem baixos.
Para acelerar o progresso e
avanço dos direitos das crianças, o documento indica que é necessário responder a estagnação e
retrocesso de alguns desses direitos.
“Para encontrar uma solução
sobre direitos das crianças, a UNICEF planeia para os próximos 12 meses iniciar
um diálogo global sobre o que é necessário para tornar a promessa da convenção
numa realidade para todas as crianças”, refere o documento.
ANG/AALS/ÂC//SG
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