Representantes
da Justiça terminam jornadas com
recomendações alinhadas de combate ao cibercrime
Bissau,21
nov 19 (ANG) – Os representantes da Justiça da Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa (CPLP) terminaram, quarta-feira, as jornadas de trabalho que
decorreram durante dois dias, no Sal, com recomendações alinhadas de combate ao
cibercrime nos Estados membros.
O
seminário internacional, subordinado ao tema “Cibercrime e prova electrónica:
Harmonização de legislação e a Convenção de Budapeste na Comunidade dos Países
de Língua Portuguesa”, tinha na agenda nove sessões de trabalhos, comportando
três eixos considerados de “grande interesse e relevância”, visando preparar a
todos para os desafios futuros em matéria de prevenção e combate ao cibercrime.
Depois
de dois dias de “muito trabalho” saíram deste encontro recomendações e
conclusões que deverão ser levadas ao conhecimento dos ministros da Justiça dos
Países de Língua Oficial Portuguesa (CMJPLOP), na XVI conferência, que acontece
esta sexta-feira, num dos hotéis da cidade de Santa Maria, que elege também
como tema “Combater o cibercrime: Um novo desafio para a Justiça”.
Sem
enunciar as principais recomendações, já que acabadas de ser produzidas, certo
é, segundo o director-geral da Justiça de Cabo Verde, Benvindo Oliveira,
trata-se de recomendações “importantes” visando o combate eficaz a esse
flagelo.
“Cabo
Verde vai assumir um papel importante nessa área, iremos continuar a trabalhar
nesse sentido. Neste momento estamos numa fase de formação dos magistrados
judiciais e do ministério público, das polícias, já fizemos uma formação de
formadores, que está na segunda fase, e vamos fazer uma terceira, talvez no
próximo ano. E vamos organizar outras actividades também nessa área do
cibercrime”, assinalou.
Benvindo
Oliveira conclui dizendo que a legislação cabo-verdiana, neste aspecto, “é
boa”, tem em conta a Convenção de Budapeste, porém, ciente, que sem a
cooperação “não é possível” dar combate a esse fenómeno.
Já o
especialista português, do Conselho de Europa, Manuel Pereira destacando a
Convenção de Budapeste que, conforme disse, oferece um modelo para que qualquer
país possa utilizar a sua própria legislação nacional, fazer uma legislação
sobre o cibercrime “não há muito que inventar”.
“Os
crimes estão todos tipificados, os meios processuais estão todos identificados,
e o terceiro grande aspecto, é o da cooperação internacional. Portanto,
harmonizar significa que todos os países falem numa só vós no que diz respeito
ao combate do cibercrime, utilizando os modelos que são providenciados pela
Convenção de Budapeste”, concretizou.
Para
aquele especialista, este foi um encontro “único” já que, conforme denota,
nunca os nove países da CPLP se reuniram para discutir a temática.
“Só
isso já é um grande avanço porque o cibercrime é um flagelo multinacional que
atinge todos sem qualquer diferença. Não tem fronteiras… qualquer pessoa pode
ser vítima de um cibercrime sem o saber. Portanto, é necessário ter os países
alinhados”, sublinhou, reiterando que sem cooperação internacional, sem
alinhamento das legislações e de políticas nacionais “não se pode combater” o
cibercrime.
Cabo
Verde já aderiu à Convenção de Budapeste, fazendo parte da comunidade dos 64
países que até agora aderiram à Convenção.
Neste
particular, Manuel Pereira assegurou que o que saiu deste seminário, dentro dos
países da CPLP, “todos expressaram as suas intenções” em ter uma legislação em
conformidade com os parâmetros internacionais, e de iniciarem os procedimentos
de adesão à Convenção de Budapeste.ANG/Inforpress
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