“Cerca de 90 por cento de
pau sangue cortada”, diz régulo local
Mansaba, 11 Mai 15 (ANG) - O
Régulo do Sector de Mansaba (norte do país) afirmou no ultimo fim-de-semana que
durante o período de transição,(2012-2013) cerca 90 por cento do “pau sangue”
da floresta daquele concelho fora “devastada” pelos madeireiros.
Em
entrevista exclusiva ao repórter da ANG que acompanhava os trabalhos da
Comissão Técnica da Gestão de Madeiras Apreendidas, Bubacar Seidi disse que
entre as várias espécies de árvores como, “pau conta e bissilão”, o “pau
sangue” foi o que mais corte “abusivo” sofreu, dada a sua importância económica
e qualidade para o fabrico dos derivados de madeira.
Sobre
a opiniäo do poder tradicional relativamente a decisão do governo de interditar a corte de madeiras
durante cinco anos no país, para permitir a regeneração da flora, Seidi disse
que está “inteiramente de acordo com a medida”.
“Houve
uma grande exploração de madeira durante esse período e como sabemos, no futuro
pode trazer prejuízos à todos nós. Isso fez com que a comunidade sob a nossa jurisdição
esteja de acordo com esta medida do Estado”, acrescentou.
Bubacar
Seidi declarou que neste momento, graças ao trabalho que estão a levar a cabo,
todos os régulos e chefes de tabancas da zona estão sensibilizados, para o cumprimento
dessa medida do executivo.
Perguntado se confirma a alegada cumplicidade das comunidades locais
nessa “devastação descontrolada” da madeira, Bubacar Seidi refuta essa tese e refere
que muitas povoações viram as suas matas “invadidas à força”, por várias
pessoas e empresas e, até por alguns militares.
“Como
as populações estavam a ver tudo isso, sem que beneficiassem de nada, apesar de
as florestas em causa estarem nas suas zonas e protegidas por elas, algumas
delas decidiram entrar no processo, para conseguir alguma coisa”, defendeu.
Finalmente,
este responsável tradicional apelou ao governo a ficar pelo menos 35 por cento
das futuras receitas provenientes da venda de madeiras para o desenvolvimento local, numa
eventual exploração, depois dos cinco anos de interdição.
Mansaba,
norte do país, tem cerca de 50 mil habitantes, segundo o seu régulo, Bubacar
Seidi, e é a localidade mais afectada com a corte “abusiva” de troncos mas a
sua “população não beneficiou quase de nada”.
Ainda
em Mansaba, os trabalhos da Comissão Técnica de Gestão das Madeiras Apreendidas
prosseguiram com a identificação das madeiras e registos dos seus proprietários
nas diferentes tabancas que compõem este sector.
ANG/QC/SG
Sem comentários:
Enviar um comentário