Sociedade
Civil organiza Conferência sobre desafios do país
Bissau, 08. 05. 15 (ANG) – A Guiné-Bissau
pode liderar a lista dos países a beneficiar do financiamento do “Fundo de
Clima”, no valor de 10 milhões de Dólares, sediado na Coreia de Sul dada, devido
a sua política de protecção do ecossistema.
O anúncio foi feito quinta-feira
pelo antigo Director-geral Adjunto do Banco Mundial para a África de Oeste, Paulo
Gomes, durante a Conferencia sob o lema “Guiné-Bissau: desafios de uma agenda
de transformação estrutural pós mesa redonda”, co-organizada pela ONG Tiniguena
e o Instituto Bentém, com vista a promover a participação da sociedade civil
nos assuntos públicos.
A Guiné-Bissau, segundo
Paulo Gomes pode obter ganhos económicos consideráveis da sua biodiversidade “singular”,
apostando nos recursos humanos qualificados, na agro-indústria “selectiva” e
num turismo que tenha em conta a conservação do meio ambiente.
Aquele economista que
orava o tema; “O Valor económico da Biodiversidade enquanto vantagem
comparativa, oportunidades e desafios estruturais da Guiné-Bissau” afirmou que com
a sua característica singular, em termos de conservação do ecossistema, o país pode
gerar vários empregos nesta área.
No entanto, alertou
as autoridades a adoptarem políticas para fazer face aos desafios da
“globalização”, das alterações climáticas e de saber lidar com a situação da
maioria da sua população que vive na zona costeira e que, segundo ele, constitui
ameaça ao mangal (local nomeadamente, de desova dos peixes).
Para o Ministro da
Economia e Finanças, um dos oradores do tema “Terra Ranka: uma visão
transformadora da Guiné-Bissau”, dentro dois meses o país irá concluir a
definição dos “conteúdos” dos apoios anunciados pelos parceiros bi e multilaterais
na cimeira de Bruxelas, para saber quando e como os desembolsos serão feitos.
O governante afirma
que os 1.5 bilhões de dólares prometidos pelos parceiros da Guiné-Bissau na mesa
redonda, para financiar o Plano Estratégico e Operacional guineense até 2020,
significam que, em média, o país receberá 300 milhões/ano que, nas suas
palavras, é igual ao Orçamento Geral do Estado deste ano.
Na sua intervenção, Eduardo
Fernandes, um dos três conferencistas, procedeu ao diagnóstico do subdesenvolvido
do pais, tendo afirmado que o mesmo deve ser “realista e pragmático” na
aplicação dos fundos da mesa redonda, ou seja, eleger as áreas produtivas na
afectação de verbas.
Este académico e
economista afirmou que o “capital humano é fundamental” para uma implementação correctas
dos fundos da mesa redonda.
E chama atenção para aumento “rápido” da
população guineense que cifra na ordem de 2.5 por cento por ano, porque, nas
suas palavras, se esse alargamento não for acompanhado pelo crescimento do
Produto Interno Bruto, a Guiné-Bissau continuará a ter problemas.
No acto, estiveram
presentes os membros dos organismos internacionais nomeadamente, a
Representante Residente do PNUD e do Embaixador da União Europeia no país,
Victor Madeira dos Santos, além dos representantes de várias Organizações Não
Governamentais e das instituições púbicas,
Também esta sessão
foi marcada pela exibição do filme liderado pelo realizador guineense, Flora
Gomes, intitulado, “Uma nova cara para Guiné-Bissau” que marcou a parte
cultural da conferência de Bruxelas, onde o documentário espelhou as
potencialidades naturais da Guiné
A Conferencia/debate
sobre desafios do país depois da mesa redonda foi financiada pelo Projecto da
União Europeia de Apoio de Actores Não Estatais na Guiné-Bissau (UE-PAANE).
Os parceiros bi e
multilaterais anunciaram um apoio global de 1.5 mil milhões de Dólares para
financiar os diferentes projectos de desenvolvimento da Guiné-Bissau na mesa redonda
realizada no passado dia 25 de Março.
ANG/QC
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