segunda-feira, 4 de maio de 2015


Liberdade de Imprensa

UNESCO encoraja jornalistas a não temerem pelas suas vidas no dever de informar

Riga, Letónia, 04 Mai 15 (ANG) – Os jornalistas devem ser capazes de manter o público informado, sem temer pelas próprias vidas, disse domingo a Directora da UNESCO na cerimónia de comemoração do Dia Mundial da liberdade de Imprensa realizada este ano na capital da Letónia, Riga.

`Uma imprensa livre e independente é essencial para a democracia e o Estado de Direito`, fundamentou Irina Bukova que salienta que estes direitos são importantes para a dignidade humana e são de vital interesse para a Boa Governação, Democracia e Desenvolvimento Inclusivo e Sustentável.

A responsável do UNESCO apelou, por outro lado, aos governos mundiais para que fortaleçam a segurança dos jornalistas e assegurem que responsáveis por actos de violência contra estes possam responder por isso na justiça.

Na ocasião, o Relator Especial da ONU para a Promoção e Protecção do Direito à Liberdade de Opinião e de Expressão, David Kaye denunciou  casos de violência contra jornalistas verificados nos últimos anos em países como a Síria, Irão, China, Azerbaijão, Indonésia, entre outros.

Depois da sessão da abertura seguiu-se  a realização de uma palestra sob o tema ” Independência e Qualidade dos Media” que foi orado pelo Director pela Liberdade de Expressão e Desenvolvimento dos Media, Guy Berger.

Berger disse que o jornalismo de qualidade pode ser um conceito abstracto de entender, pois não existe um conjunto universal de critérios para sua definição.

`Muitas vezes dependente de características e  condicionalismos socioculturais e política local`, frisou Guy Berger que acrescentou que a Independência da redacção é crucial para os editores, para que sejam capazes de atribuir responsabilidades aos jornalistas na procura de notícias

Os Desafios da Liberdade de Expressão na era digital, A Regulação e Autorregulação Sustentável e Normas Profissional, a Mulher na Vanguarda da Informação na era digital, e o que pode o jornalismo fazer contra os discursos de ódio, foram outros temas  abordados por especialistas ligados às organizações de apoio aos media.

O evento culminou com a entrega do prémio da Liberdade de Imprensa no Mundo `UNESCO/Guillermo Cano` que este ano foi atribuído ao jornalista sírio, Mazen Darwish, do site syriaview.net e presidente do Centro do Media e Liberdade de Expressão (CMFE) da Síria.

Mazen, em prisão desde fevereiro de 2012, foi reconhecido pelo seu trabalho a mais de 10 anos a favor da liberdade no seu pais, entregando-se pela causa com `grande sacrifício pessoal, entre os quais, a  proibição de viajar, o assédio, assim como reiteradas detenções e  torturas .

As celebrações do dia Mundial da Liberdade de Imprensa decorreram sob o lema: Que Prospere o Jornalismo, para uma Melhor Informação, Mais Igualdade de Género e Maior Segurança nos Meios de Comunicação Social na Era Digital`.

O evento foi organizado conjuntamente pela UNESCO e pelo governo da Letónia e nele participaram nomeadamente a  Federação internacional de Jornalistas, Media Fundação, Repórteres Sem Fronteira, Forum Global para o Desenvolvimento dos media e a Federação dos Jornalistas da Europa entre outras. ANG 

Do enviado especial da ANG, José Augusto Mendonça

 

Sem comentários:

Enviar um comentário