Jurista critica Moçambique por ignorar maior burla
internacional pós-colonial
Bissau, 14 nov 19 (ANG) - O jurista sul-africano André Thomashausen
afirma que o recurso de Moçambique contra a sentença sobre a extradição do
ex-ministro das Finanças moçambicano, Manuel Chang, mostra a recusa do país em
julgar a maior burla internacional feita na África pós-colonial.
"Demonstra que Moçambique
não quer aceitar a co-responsabilidade no maior escândalo de burla
internacional na África pós-colonial. Continua a recusar a sua colaboração com
o FMI na descoberta e identificação do destino de milhões de euros desviados”,
desabafou o jurista.
Moçambique desinteressa-se em
recuperar os fundos desviados, lamentou à Lusa o professor emérito de Direito
Internacional e Comparado da Universidade da África do Sul (UNISA).
Segundo o intelectual
sul-africano, estão envolvidos na referida teia conspirativa, o antigo ministro
das Finanças, Manuel Chang, que ordenou a banca a remeter o dinheiro para a
conta de uma empresa privada, em Abu Dhabi, em vez de transferir para a conta
do Banco Nacional de Moçambique, e o Presidente da República, Filipe Nyusi, nas
vestes de ministro da Defesa e tutela das empresas controladas a 100%
pelo seu Ministério que, por sua instrução escrita e já pública.
Thomashausen recorda que
na altura, o montante correspondia a 25% do PIB do país".
Na óptica deste analista, a
decisão judicial da África do Sul de extraditar o ex-ministro das Finanças de
Moçambique Manuel Chang não irá afectar negativamente as relações entre
Moçambique e a África do Sul, ou entre os partidos governantes, Congresso
Nacional Africano (ANC) e Frelimo. ANG/Angop
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