Apostadores
apontam falta de emprego como causa de adesão massiva dos jovens
Bissau 12 Nov 19 (ANG) – Apostadores
de diferentes Casas de Apostas da cidade de Bissau nomeadamente o Milionário, Winners
e Bissau Game, foram unânimes hoje em apontar a falta de emprego no país, como
a causa principal da adesão dos jovens aos jogos de apostas.
Num inquérito feito pela ANG,
para saber dos motivos que levam os jovens e não só, a se dedicarem em massa à
essa prática, os entrevistados igualmente apontaram a falta de ocupação e de
uma fonte de rendimento, uma vez que passam horas e horas sentados nas bancadas,
sem produzir e as apostas acabam por ser uma alternativa.
Toni João Gomes, um apostador
regular, comerciante e morador de bairro Bandim 1, disse que, o que o leva a
jogar as apostas, são as dificuldades que enfrenta no seu dia a dia.
“Se tínhamos onde trabalhar
não teríamos tempo de ir jogar as apostas, por outro lado, o país enfrenta uma grave
crise económica. Ganhamos montantes diferentes ou seja há os que ganham mais
outros menos, e alguns ainda nunca ganharam nada, por isso chamamos-lhe de jogos de azar”, explicou.
João Gomes exemplifica que alguns já ganharam montantes que variam entre 6 mil e 100 mil
fcfa, dependendo da sorte e da quantidade do dinheiro que o jogador apostou.
Salientou que, com mais
dinheiro apostado a pessoa tem mais possibilidades de ganhar alguma coisa, frisando que as senhas
custam 250 francos.
Por seu turno, Dionca Miguel
Sanca vendedor de roupas e morador de bairro de Reino, disse que agradece estas
empresas de apostas porque, segundo ele, esses jogos não é sinónimo de
delinquência como muitos afirmam, mas que a falta de trabalho na Guiné-Bissau
levou as pessoas a auto empregar-se nas Casas de Apostas.
“Porque através das apostas se consegue ter dinheiro para
resolver muitos problemas diários,
apesar de que não se ganha sempre. Essa actividade pode evitar-nos de muitas outras tentações,
como roubar telemóveis, carteira das mulheres entre outras práticas nocivas
paraa sociedade “,disse.
Miguel Sanca disse que as
vezes, o vencedor leva para casa somas que variam entre 300 e 600 mil francos CFA,
frisando que no seu caso ele joga todos os dias adquirindo as senhas conforme
as suas possibilidades nos preços que oscilam entre 250 e 500 francos CFA.
Vladimir Sá, barbeiro morador
de bairro de Mindará disse que a falta
de emprego é que fez aos jovens recorrer
a s casas de jogos como alternativa para uma certa autonomia financeira.
“No meu caso, as vezes perco e
outras vezes consigo ganhar as apostas dependendo do montante, e depois faço o
plano de investimento do dinheiro ganho”, explicou.
Afirmou que chegou mesmo de ganhar um montante
cujo valor não revelou mas que lhe permitiu concluir um projecto de construção do seu
apartamento residencial.
Disse já está nesse jogo há três anos mas reconhece que também tem
desvantagens desvantagens: “quem sabe que não vai estar à altura de sustentar
as suas apostas através dos seus meios financeiros que não dá o primeiro passo,
porque pode ser fatal. Há certas pessoas que chegam a roubar para
apostar”.
Declarou que, normalmente, aposta com mais
frequência nos finais de semanas com excepção dos dias dos jogos dos clubes
campeões e da liga Europa, salientando que, quando houver estes jogos aposta nos
dias úteis da semana.
Alqueia Na Clode, estudante
morador de bairro de Antula Paal, disse que apesar dos perigos dos jogos de azar,
ele considera de positiva a sua aventura
uma vez que segundo ele, chegou de ganhar uma quantia que lhe permitiu pagar um trimestre dos seus
estudos, explicando que também já perdeu muito.
“Aconselho aos jovens a serem
cautelosos nos jogos, porque podem se tornar viciados: Se assim for, começam os
problemas: casos de dívidas, venda de objectos de valor e até pegar no que não te pertence para poder apostar/jogar, o que muitas das
vezes pode nos levar a prisão”, referiu. ANG/MSC/ÂC//SG
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