segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Burquina Faso

União Africana pede transição consensual 

Bissau, 03 Nov 14 (ANG) - A União Africana (UA) apelou para uma transição “civil e consensual" no Burkina Faso, após a renúncia do Presidente Blaise Compaoré, anunciou fonte oficial.
 
A presidente da Comissão da UA, Nkosazana Dlamini-Zuma, “apelou aos políticos e à sociedade civil do Burkina Faso para trabalharem juntos num espírito de consenso e responsabilidade para se alcançar uma transição civil inclusiva que leve, o mais rapidamente possível, a eleições livres, justas e transparentes", segundo um comunicado.
Dlamini-Zuma pede também “aos responsáveis das Forças Armadas e da segurança para evitarem acções ou declarações que compliquem ainda mais a situação no Burkina Faso e afectem negativamente a segurança e a estabilidade regionais".
Os jovens devem permanecer calmos e apoiar uma resolução pacífica da crise. A organização reúne-se hoje em Addis Abeba para analisar a situação no Burkina Faso. Os partidos da oposição e organizações da sociedade civil exigiram uma transição "democrática e civil", recusando a apropriação do poder pelos militares.
Num comunicado, a oposição e a sociedade civil “reafirmam o carácter democrático e civil que essa transição deve ter para permitir ao Burkina Faso respeitar os compromissos regionais e internacionais", a fim de evitar que o país “seja banido da comunidade internacional". 
Os mediadores internacionais no Burkina Faso pediram a adopção urgente de um regime de transição liderado por um civil e de acordo com a ordem constitucional, sob pena de sanções.
“Queremos evitar a aplicação de sanções ao Burkina Faso", declarou ontem em Ouagadougou o enviado da Organização das Nações Unidas para a África Ocidental, Mohamed Ibn Chambas, numa conferência de imprensa em nome da missão internacional formada pelas Nações Unidas, a União Africana e a CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental).

O tenente-coronel Isaac Yacouba Zida foi confirmado para conduzir a transição no Burkina Faso, após a renúncia do Presidente Blaise Compaoré, anunciou um comunicado do Estado-Maior das Forças Armadas publicado sábado em Ouagadougou.

“O tenente-coronel Issac Yacouba Zida foi indicado por unanimidade pela alta hierarquia militar para conduzir a transição iniciada logo depois do derrube do Presidente Blaise Compaoré, após uma concertação no Estado-Maior General das Forças Armadas", refere o comunicado assinado pelo chefe da entidade, o general Nabéré Honoré Traoré.
A nomeação de Zida põe fim à confusão constatada sexta-feira, logo depois da demissão do Presidente Compaoré, devido a uma disputa de sucessão entre o tenente-coronel Isaac Zida e o general Honoré Traoré que se autoproclamaram Chefes de Estado.
Ao comentar a situação no anonimato, um opositor afirmou que “já que as coisas estão claras, é preciso que um Governo de transição seja formado rapidamente".

O líder da oposição burkinabe, Zéphirin Diabré, frisou que "a transição deve-se fazer de maneira consensual com todas as forças de progresso, se não as oportunidades de sucesso não são muitas".

O chefe do regime de transição do Burkina Faso, o tenente-coronel Isaac Zida, anunciou num comunicado a reabertura das fronteiras aéreas do país, fechadas desde sexta-feira.

As fronteiras terrestres permanecem fechadas e o recolher obrigatório continua em vigor, disseram as novas autoridades em entrevista à AFP a partir do Acampamento Guillaume, onde está o novo homem forte do Burkina Faso.

O recolher obrigatório continua, mas o início foi alterado das 19h00 para as 22h00, terminando às 6h00, segundo o comunicado.

 ANG/Jornal de Angola

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