Excisão feminina
“Fanatecas”
de Capelão de Baixo declaram abandono da prática
Bissau,
21 Nov 14 (ANG) – As Mulheres fanatecas do bairro de Cupeläo de Baixo, em
Bissau declararam quinta-feira, o total abandono da prática de mutilação
genital feminina.
Satisfeita,
a Presidente da ONG, DJINOPI, Maria Domingas Gomes Correia, disse que esta declaração
representa o resultado de um trabalho árduo de quatro anos de muitas acções de
sensibilização e discussão.
“Tendo
em conta as informações que recebemos dos nossos activistas no terreno, os
praticantes deste acto, ficaram a saber que,
na verdade, a pratica antecede ao Islão e é ma para a saúde da mulher”, referiu.
No
acto, realizado no próprio Bairro de Cupeläo de Baixo, todos os intervenientes,
entre os quais o Representante dos Pais e Encarregados de Educação, da
Associação de Jovens de Cupeläo de Baixo, foram unânimes em reconhecer que esta
pratica é prejudicial a saúde humana, e não esta vinculada ao Islão como se
advoga.
Em
nome das fanáticas, Fatumata Mendes revelou que fazia essa prática por falta de
conhecimento sobre as consequências que pode causar em termos de saúde.
“
Agora que já estamos cientes do mal que esta prática pode nos causar, em nome
de todas as Fanáticas do Bairro de Cupeläo de Baixo, reafirmo que vamos
abandonar de vez essa pratica,” disse Fatumata Mendes.
Entretanto,
o Tribunal Regional de Bissau iniciou quinta-feira o julgamento do caso de três
crianças excisadas no bairro de Pessak, em Bissau.
Após
algumas horas de audição, o juiz do processo suspendeu o julgamento por falta
de comparência de uma das mães das crianças excisadas e de duas suspeitas de
prática do crime de mutilação genital.
Por
essa razão, a nova audiência focou marcada para 11 de Dezembro, sendo que as
duas mães ouvidas confirmaram perante o juiz que a iniciativa de excisão de
suas filhas partiram delas.
O
ministério Público pede uma pena de prisão efectiva de dois a seis anos.
A
excisão genital feminina foi recentemente proibida por lei pelo que a sua
prática tornou um crime. Apesar de tudo, os defensores dos direitos das
mulheres reconhecem que até a sua abolição completa muito trabalho de
sensibilização deve ser feito, principalmente junto das comunidades que a
praticam com alegações de que se trata de um dos mandamentos do Islão. ANG/LPG/LLA
/AI/SG
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