Apresentado Estudo sobre
Direito Costumeiro na Guiné-Bissau
Bissau, 14 Nov 14
(ANG)- A Ministra de Justiça admitiu que
o país não pode almejar uma boa justiça sem conhecer as melhores regras prevalecentes
na sociedade tradicional.
Carmelita Pires que
falava na cerimónia de apresentação do Estudo sobre o Direito
Consuetudinário vigente na Guiné-Bissau, no anfiteatro da Faculdade de
Direito de Bissau disse que os tribunais sectoriais foram supostamente criados
para aproximar a justiça Estatal às comunidades Regionais e garantir o
monopólio do Estado na realização da Justiça.
A ministra informou que
o estudo mostra que é possível construir um passo significativo, como resultado
duma recolha e diagnóstico que permitam saber o que está ainda em vigor nos
costumes das populações.
“Pois permite a todos os
actores judiciários a se posicionarem perante a realidade fática», disse.
Carmelita Pires defendeu
que numa sociedade jurídica heterogénea de factum, aos aplicadores do Direito
se exige considerar as realidades socioeconómicas e culturais, em atenção à
problemática da insegurança jurídica.
O representante do
delegado da União Europeia em Bissau, Hannes Maoser sublinhou que a Guiné-Bissau é um país caracterizado por um
tecido social multi-étnico e multi-cultural e que esta característica leva a que
cada grupo étnico tenha as suas próprias regras e mecanismos de resolução dos
seus conflitos próprios.
O chefe de secção da
política da União Europeia no país referiu que a dualidade do sistema de
justiça pode levar a desarticulação entre as duas realidades jurídicas ou a
sobreposição de um em relação a outra, uma vez que as regras costumeiras tendem
a ser observadas pelas pessoas pertencentes às sociedades em que elas são
aplicadas.
A Coordenadora Residente
do Sistema das Nações Unidas e Representante Residente do PNUD na Guiné-Bissau,
Maria do Valle Ribeiro atribuiu grande importância à este estudo porque,
segundo disse, “vai permitir conhecer melhor as regras costumeiras dos
principais grupos étnicos do país e saber articulá-las com os diplomas legais
aprovados pelos órgãos estaduais.
ANG AI/SG
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