terça-feira, 8 de novembro de 2022

Saúde pública /Vinte e nove mulheres com fístula obstétrica receberam tratamento cirúrgico gratuito

Bissau,8  Nov 22 (ANG) -  O Ministério da Saúde Pública (MINSAP)  com apoio do Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA), e do Ministério Da Mulher, Família e Coesão Social deram assistência à 29 mulheres com fístula obstétrica durante a campanha de  tratamento e intervenção cirúrgica  realizada em Setembro passado.

Imagem Ilustrativo

Segundo um comunicado à imprensa da UNFPA, à  que a ANG teve acesso hoje,  a campanha gratuita de cirúrgia contra a fístula obstétrica decorreu no serviço de Urologia do Hospital Nacional Simão Mendes de 19 a 30 de Setembro e foi assegurada por uma equipa integrada por médicos nacionais e estrangeiros.

No comunicado lê-se que o número de mulheres afectadas pela fístula obstétrica na Guiné-Bissau não é conhecido exactamente, mas que de, acordo com aos dados de nados-vivos do INASA 2018 na Guiné-Bissau, a incidência de fístula obstétrica é estimado em  cerca de 64 casos por ano em todas as regiões sanitárias do país.

Na Guiné-Bissau, desde 2009, mais de 340 mulheres com fístula obstétrica receberam apoio através de campanhas anuais de reparação de fístulas obstétricas conduzidas pelo Ministério da Saúde Pública, com apoio técnico e financeiro do UNFPA.

“Em alguns casos, a reparação cirúrgica da fístula obstétrica é simples. No entanto, a maioria dos casos de fístula obstétrica são complexos e requerem múltiplas cirurgias com médicos altamente treinados”,refere o comunicado.

O comunicado dessa agência da ONU salienta que a eliminação da fístula obstétrica é complexa e vai além da simples questão da gestão médica durante as campanhas anuais.por se tratar da qualidade dos cuidados maternos, bem como de questões não médicas e mais fundamentais, tais como direitos humanos, equidade e igualdade de género, cultura,violência baseada no género e gravidez precoce.

Por exemplo, acrescenta, as mulheres que vivem com fístula obstétrica são na sua maioria jovens, analfabetas, de meios pobres, e tem pouco acesso aos serviços de saúde.

O comunicao do Fundo das Nações Unidas para População refere que Mulheres com   fístula obstétrica reparada podem voltar a dar à luz crianças saudáveis, desde que recebam cuidados adequados, e um acompanhamento atento durante a gravidez e o parto.  

O documento refere que no lançamento da campanha, a Secretária de Estado de Gestão Hospitalar Maria Fátima Vieira enalteceu o contributo da UNFPA para erradicar a problemática da fístula obstétrica na Guiné-Bissau e diz que o Governo  continua a contar com o apoio da Organização, em prol de uma causa que “continua a devastar a vida de várias meninas e mulheres no país”.

Conforme o comunicado, o Representante da UNFPA na Guiné-Bissau defendeu a necessidade de se continuar a combater o flagelo da fístula Obstétrica, afirmando que a assistência médica faz parte da resposta à crise da doença.

 

Para alcançar ZERO novos casos de fístula obstétrica na Guiné-Bissau, o documento indica que é preciso melhorar os mecanismos de informação  às comunidades, a mudança de comportamentos sociais e uma melhor acessibilidade aos cuidados médicos, disponibilidade e qualidade dos serviços dos cuidados de saúde primários e comunitários.

“A fístula obstétrica é uma das lesões de parto mais graves que afectam as mulheres em países em que os cuidados de saúde materna não são de boa qualidade. Resulta principalmente de trabalho de parto prolongado e obstruído sem acesso a tratamento médico rápido e de qualidade, por muitas horas ou mesmo dias”, refer o comunicado.

A ocorrência da fístula obstétrica, segundo o comunicado, transforma a vida das mulheres em sofrimento físico permanente e devastador, além de as condenar ao sofrimento psicológico devido ao estigma associado ao problema, redução da capacidade de autonomia, distúrbios de ansiedade, depressão, problemas conjugais, incapacidade de lidar com novas gravidezes conducentes à exclusão social e grande pobreza. ANG/LPG//SG

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