terça-feira, 24 de setembro de 2013

40 anos de independência



Cidadãos saúdam luta de libertação mas dão nota negativa à governação

Bissau, 24. Set. 03 (ANG) No dia em que se comemora o 40º aniversário da independência da Guiné-Bissau, a ANG ouviu, à propósito, alguns jovens, que foram unânimes em saudar a luta pela “libertação do jugo colonial”, mas deram nota negativa ao balanço das quatro décadas de governação do país. 

Para Tai Camará, de 30 anos, animadora local da ONG Tiniguena, no Sector de Caravela , Sul do país, apesar de valer a pena a independência , até agora “nada se viu, em termos de desenvolvimento do país” .

Tai sustenta a sua opinião citando como exemplo o estado em que se encontra o sector de Caravela, uma localidade situada no zana insular, em que, segundo disse,”mais se sente a presença de organizações Não-governamentais em detrimento da do Estado.

“Neste momento, no nosso sector e com o apoio da Tiniguena, funciona normalmente, uma escola comunitária de 1ª a 7ª classes e há igualmente um projecto no domínio da energia solar”, relatou Camará para realçar o papel dos actores não estatais, no processo do desenvolvimento do país, sobretudo nas zonas rurais.

Esta delegada da Juventude neste sector sul do país que, se encontra em Bissau para assistir um curso de “saneamento básico e emprego Jovem”  disse esperar um futuro melhor para a Guiné mas, para isso, pede a “paz  e tranquilidade .

Outro cidadão ouvido pela ANG chama-se Mário Sanca, de 30 anos  e é fotógrafo de profissão.  

“Até agora não vimos nada”, no que se refere a governação do país”, lamentou para de seguida acrescentar que contudo, acredita no desenvolvimento da Guiné-Bissau no futuro.

Uri Djalo, bacharel em Administração Pública que, por ironia do destino, nasceu a 25 de Abril de  1974, dia da revolução em Portugal, que viria a culminar com a assinatura do acordo de independência,  no mesmo ano, entre o PAIGC e regime português de então, apontou, a “desorganização” do Estado, como a principal causa do alegado falhanço na governação do país.

Também, Mirna Gama, emigrante em Portugal que se encontra de visita a sua “pátria” , não hesitou em considerar “péssima” a governação do país ao longo dos anos, e foi mais longe ao dizer que, “actualmente na Guiné-Bissau tudo está parado”.

“Neste momento e face as dificuldades que enfrentamos lá fora, queremos regressar ao país, mas aqui a situação é  pior”, lamentou.

 Mirna da Gama apela aos “compatriotas” para elegerem a “unidade nacional, o perdão mútuo e a reconciliação, para que a Guiné-Bissau possa sair da situação em que se encontra”. 

ANG/QC /SG

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