terça-feira, 10 de setembro de 2013

Análise político


“ É impreterível a realização das eleições o mais depressa possível na Guiné-Bissau” - diz analista político, Pedro Milaco

Bissau 10 set 13 (ANG) – O Analista político guineense, Pedro Morato Milaco afirmou hoje que é impreterível a realização, o mais rápido possível, das eleições gerais como forma de desbloquear o país e evitar consequências maiores.

Em entrevista exclusiva à Agência de Noticias da Guiné (ANG), o analista político disse que, se as eleições marcadas para o dia 24 de Novembro do ano em curso, forem adiadas, vai agravar ainda mais a situação socioeconómica e política da Guiné -Bissau.
“Quanto mais tarde realizamos as eleições, o país continuará na situação de instabilidade crónica, vão prevalecer as sanções da Comunidade Internacional e com efeitos imprevisíveis”, avisou.
Milaco referiu que todas as eleições realizadas na história da Guiné-Bissau, de 1994 para cá, foram financiadas pela Comunidade Internacional, acrescentando que, sem o apoio exterior, nenhum Governo conseguirá sozinho realizar o escrutínio.
“Se a Comunidade Internacional continuar com a política de bloqueio às autoridades de transição, nem se forem cinco anos, não será possível fazer as eleições na Guiné-Bissau”, salientou Pedro Milaco.
O analista político sublinhou que a própria Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) falhou no processo, ao determinar o prazo de 31 de Dezembro, como limite para o fim da transição, sem uma avaliação previa da situação no terreno.
Morato Milaco afirmou que uma das alternativas para que as eleições se realizassem a  24 de Novembro  é a utilização do Banco de Dados do escrutínio do ano passado. Isto é, acrescenta, “se esses dados não estão na origem do imbróglio ocorrido nas eleições passadas”.

Pedro Milaco frisou que, se o processo da preparação das eleições gerais está a enfrentar enormes constrangimentos, “é porque a própria Comunidade Internacional, está com “dores de cotovelo”, uma vez que  financiou as eleições de 2012 e as mesmas forem inconclusivas devido ao golpe de Estado de 12 de Abril”.

“Muitas das vezes, a Comunidade Internacional, em vez de funcionar como solução, ela mesmo torna-se parte do problema ao demonstrar tendências para um determinado candidato nas eleições”, criticou o analista. ANG/ÂC/SG

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