Músicos de Nova
Geração preocupados com elevados custos de gravação
Bissau, 05 Set
13 (ANG) - Os músicos de Nova Geração manifestaram, esta quinta-feira, as suas
preocupações perante o que consideram
elevado custo de gravação de um CD, praticado pelos estúdios privados em
Bissau.
Em entrevista
exclusiva à Agencia de Notícias da Guiné-ANG, o cantor da nova geração do
estilo Rapp, conhecido no mundo da música por “Marlon C.” revelou que os preços
são agora de 30.000fcfa por cada faixa musical.
“ De 20 para 30
mil francos cfa é complicado, devido a
forma como vivemos aqui, porque um jovem sem emprego terá dificuldades para
investir 30.000 mil fca para a gravação de uma faixa musical, tendo em conta as
outras necessidades que pode ter “,disse
De acordo com
este cantor, o governo, através do Ministério da Cultura deve criar um Estúdio
de gravação que pratique preços acessíveis para facilitar a gravação das obras músicais.
Para além de
estúdios de gravação ,Marlon C ainda pede ao governo para reactivar a escola de
música e construir salãos para espectáculos.
Entretanto, o cantor
e produtor Mic Sty defendeu que, a nível da sub-região, a Guiné-Bissau é aquele
que pratica os preços mais baixos para a gravação de um CD.
Este produtor
acrescentou que os que estão a criticar
esta subida, não têm a noção do que é fazer uma música.
“ Falaram da
situação actual em que o país se encontra mas deviam recordar que esta situação
atinge à todos. Não imaginam o que é ter um estúdio de gravação num país onde a
energia não é estável e o preço de combustível não é barato. Os instrumentos
para equipar um estúdio são comprados no estrangeiro, e pagamos os impostos
para a entrada dos materiais, e tudo isso soma-se a renda que pagamos na casa que
alugamos para montar o estúdio”, fundamentou
“ Se Hoje
criei o meu estúdio privado é porque estou a pensar em ajudar a progressão da
música e arte no meu país. Se eu ficasse a espera da iniciativa do governo se
calhar o meu sonho não teria sido concretizado”, disse
De acordo com o Mic
Sty o baixo preço anteriormente praticado pelos estúdios fez com que, nos últimos anos, aparecesse
um elevado número de músicos.
Mic Sty disse
que muitos músicos não estão preparados
para seguirem a careira e que estão somente a cobrir a audição daqueles que têm
talentos.
O promotor e
compositor musical, Nelito Taborda, também lamentou os elevados custos impostos
pelos produtores , apesar de considerar que o mercado é livre.
“O mercado é
livre, portanto depende do proprietário do estúdio. Se alguém equipar o seu
estúdio com materiais sofisticados, com tecnologias actuais de certeza que vai
querer cobrar um preço para poder recuperar o que investiu, e não há nenhuma lei que o impede,”
disse.
Questionado sobre
“a falta de atenção” do Ministério da Cultura aos cantores do estilo rap,
Taborda sublinhou: “ devemos ir atrás dos nossos sonhos, porque as vezes no
começo passamos por muitos obstáculos. Recordo-me que antigamente os músicos
eram chamados de bandidos, na era de Zé-Manel ,Justino Delgado e outros, mas
não desanimaram e persistiram com os seus trabalhos para chegarem onde estão
hoje”.
Para o fan e
acompanhante de músicos da nova geração, Nuno Gomes, os produtores deviam se sacrificar um pouco
para ajudarem os seus Irmãos a continuarem a exprimir o que sentem através da
música.
“ Os cantores da
nova geração não ganham nada com as músicas que gravam. Suas obras são
piratadas por vendedores ambulantes nos diferentes mercados da nossa capital”,
disse
Nuno Gomes
acrescentou que muitos jovens da nova
geração de músicos não têm condições, e que fazem as suas gravações por via de
patrocínios.
“Se os
produtores não entenderem isso e decidirem manter os preços que praticam estes
jovens terão dificuldades em voltar para o estúdio”,disse. ANG/LLA/SG
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