quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Cultura


Músicos de Nova Geração preocupados com elevados custos de gravação

Bissau, 05 Set 13 (ANG) - Os músicos de Nova Geração  manifestaram, esta quinta-feira, as suas preocupações perante  o que consideram elevado custo de gravação de um CD, praticado pelos estúdios privados em Bissau.
Em entrevista exclusiva à Agencia de Notícias da Guiné-ANG, o cantor da nova geração do estilo Rapp, conhecido no mundo da música por “Marlon C.” revelou que os preços são agora de 30.000fcfa por cada faixa musical.
“ De 20 para 30 mil francos cfa  é complicado, devido a forma como vivemos aqui, porque um jovem sem emprego terá dificuldades para investir 30.000 mil fca para a gravação de uma faixa musical, tendo em conta as outras necessidades que  pode ter “,disse
De acordo com este cantor, o governo, através do Ministério da Cultura deve criar um Estúdio de gravação que pratique preços acessíveis para facilitar a gravação das obras músicais.
Para além de estúdios de gravação ,Marlon C ainda pede ao governo para reactivar a escola de música e construir salãos para espectáculos.
Entretanto, o cantor e produtor Mic Sty defendeu que, a nível da sub-região, a Guiné-Bissau é aquele que pratica os preços mais baixos para a gravação de um CD.
Este produtor acrescentou  que os que estão a criticar esta subida, não têm a noção do que é fazer uma música.
“ Falaram da situação actual em que o país se encontra mas deviam recordar que esta situação atinge à todos. Não imaginam o que é ter um estúdio de gravação num país onde a energia não é estável e o preço de combustível não é barato. Os instrumentos para equipar um estúdio são comprados no estrangeiro, e pagamos os impostos para a entrada dos materiais, e tudo isso soma-se a renda que pagamos na casa que alugamos para montar o  estúdio”, fundamentou
 “  Se Hoje criei o meu estúdio privado é porque estou a pensar em ajudar a progressão da música e arte no meu país. Se eu ficasse a espera da iniciativa do governo se calhar o meu sonho não teria sido concretizado”, disse
De acordo com o Mic Sty o baixo preço anteriormente praticado pelos  estúdios fez com que, nos últimos anos, aparecesse um elevado  número de músicos.
Mic Sty disse que  muitos músicos não estão preparados para seguirem a careira e que estão somente a cobrir a audição daqueles que têm talentos. 
O promotor e compositor musical, Nelito Taborda, também lamentou os elevados custos impostos pelos produtores , apesar de considerar que o mercado é livre.
“O mercado é livre, portanto depende do proprietário do estúdio. Se alguém equipar o seu estúdio com materiais sofisticados, com tecnologias actuais de certeza que vai querer cobrar um preço para poder recuperar o que  investiu, e não há nenhuma lei que o impede,” disse.
Questionado sobre “a falta de atenção” do Ministério da Cultura aos cantores do estilo rap, Taborda sublinhou: “ devemos ir atrás dos nossos sonhos, porque as vezes no começo passamos por muitos obstáculos. Recordo-me que antigamente os músicos eram chamados de bandidos, na era de Zé-Manel ,Justino Delgado e outros, mas não desanimaram e persistiram com os seus trabalhos para chegarem onde estão hoje”.  
Para o fan e acompanhante de músicos da nova geração, Nuno Gomes,  os produtores deviam se sacrificar um pouco para ajudarem os seus Irmãos a continuarem a exprimir o que sentem através da música.
“ Os cantores da nova geração não ganham nada com as músicas que gravam. Suas obras  são  piratadas por vendedores ambulantes nos diferentes mercados da nossa capital”, disse
Nuno Gomes acrescentou que  muitos jovens da nova geração de músicos não têm condições, e que fazem as suas gravações por via de patrocínios.
“Se os produtores não entenderem isso e decidirem manter os preços que praticam estes jovens terão dificuldades em voltar para o estúdio”,disse. ANG/LLA/SG


  


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