sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Assembleia-geral das Nações Unidas

“O que resta é garantir o financiamento do processo eleitoral”, diz Presidente Nhamajo

Bissau, 27 Set 13 (ANG)- O presidente da República de Transição, Manuel Serifo Nhamajo pediu paciência, compreensão e solidariedade à comunidade internacional perante a situação que a Guiné-Bissau enfrenta actualmente.

De acordo com o discurso a que tivemos acesso através do Blog gbissau.com, relativo a 68ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas,  Nhamajo traçou o ponto de situação da Transição política na Guiné-Bissau e fez questão de explicar como se tornou Presidente da República de Transição, afirmando que não é golpista nem mandante de acções golpistas.

Nhamajo referiu que a Transição Política entrou no bom caminho com a aprovação pelo parlamento, do Acordo Político revisto, do Programa e Orçamento Geral do Estado e a nomeação, por decreto presidencial, de um governo de base política alargada.

“O que resta e não é pouco, é garantir o financiamento de um processo eleitoral que se quer eficaz e transparente, cujo pressuposto base é o estabelecimento de cadernos eleitorais fiáveis algo que só se consegue por via de um bom recenseamento ou registo eleitoral”, disse Nhamajo que discursou no dia 26, quinta-feira.

 O chefe de Estado guineense explicara que os acontecimentos de 12 de Abril do ano passado criaram nova conjuntura política na Guiné-Bissau. E que em consequência, várias opções de saídas se apresentaram e que, na sua opinião, a que prevaleceu foi a melhor.

“Foi possível se prevenir de derrapagens políticas que caso tivessem tomado corpo e consistência, a Guiné-Bissau teria entrado numa aventura político-militar de consequências imprevisíveis, e certamente, muito mais graves, do que aquelas que até então prevaleceram”, disse.

O chefe de estado guineense acrescentou que duas posições contrapostas, o retorno imediato e o retorno progressivo à ordem constitucional, se apresentaram após o golpe, sendo a segunda a que, de seu ponto de vista, era mais realista.

Para a viabilização dessa segunda opção, segundo Nhamajo, contou-se com solidariedade da Comunidade Económica dos Estados de Africa ocidental (CEDEAO).

“A CEDEAO assumiu todas as suas responsabilidades na gestão do acordado período de transição, tendo para o efeito destaco para Bissau uma missão militar de estabilização, a Ecomib”, disse.

No plano politico constitucional, sublinhou que, através do parlamento, conseguiu-se adoptar a Transição Política de uma base institucional legítima e legitimadora.

“Na minha pessoa estava reunida a condição de deputado e primeiro vice-presidente da Assembleia Nacional Popular. Foi assim que o Presidente da República de Transição surgiu. Não veio propriamente de um golpe militar. Eu sou um democrata por convicção amadurecida que nunca foi golpista nem mandante de acções golpistas”, afirmou. ANG/SG

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