segunda-feira, 31 de outubro de 2022

       Burkina Faso/ Presidente reforça intenção de realizar eleições em 2024

Bissau, 31 Out 22 (ANG) -O Presidente transitório do Burkina Faso, Ibrahim Traoré, reforçou, recentemente, junto da União Europeia (UE) a sua intenção de respeitar o calendário de transição e de realizar eleições no país em 2024, afirmou um porta-voz comunitário.

"A UE teve contacto com o capitão Traoré, tanto bilateralmente como no corpo diplomático internacional, que confirmou durante estas reuniões a sua vontade de cooperar com todos os parceiros do Burkina Faso", explicou o porta-voz.

O líder do golpe militar de setembro no Burkina Faso nomeou um novo Governo na terça-feira, depois de o advogado Apolinaire Joachim Kyelem de Tambela ter sido nomeado primeiro-ministro transitório no fim-de-semana.

O país foi palco de dois golpes de Estado em menos de um ano, sendo que o primeiro foi em janeiro, e o capitão Troré depôs em Setembro Paul-Henri Sandaogo Damiba, o agora ex-presidente de quem De Tambela era crítico. 

Em Bruxelas, foram tomadas notas dos compromissos assumidos pela nova junta militar, incluindo o respeito pelo calendário de transição e a realização de eleições em 2024, tal como acordado com a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) durante uma visita realizada na semana após o golpe militar.

Em termos de financiamento europeu para o Burkina Faso, a UE está empenhada em apoiar a população burquinabê afectada pelos dois golpes sucessivos e pela actual crise alimentar, e a continuar a prestar apoio directo à população na medida do possível.

No total, a UE tem 384 milhões de euros destinados ao Burkina Faso até 2024 para fomentar a paz, a coesão social, a boa governação, o desenvolvimento local, o desenvolvimento humano inclusivo e a promoção de uma economia verde e resiliente. 

Parte deste envelope já tinha sido autorizado até ao final de 2021, num montante total de 200 milhões de euros, não tendo sido processadas novas transferências desde o golpe em Janeiro.

Sobre a cooperação com as novas autoridades, o porta-voz insistiu que a instituição "segue de perto a evolução da transição para a restauração das instituições democráticas".

"As próximas semanas e meses serão cruciais", sublinhou o representante dos 27.

No seu discurso de tomada de posse, Traoré prometeu defender a Constituição e a carta de transição, agir como garante da segurança nacional e pôr fim aos meses tumultuosos no Burkina Faso. 

O golpe, considerado um "golpe palaciano" (um golpe de Estado pelo qual um governante ou é removido por forças pertencentes ao mesmo governo, sem seguir as normas legais estabelecidas para a substituição das autoridades) por uma secção da junta militar contrária a Damiba - que fugiu para o Togo - teve lugar face à contínua deterioração da situação de segurança e aos ataques dos grupos terroristas.

Empossado em 21 de Outubro como Presidente da transição pelo Conselho Constitucional, o capitão Traoré assegurou que os seus "objetivos não são outros que a reconquista do território ocupado pelas hordas de terroristas".

Os grupos extremistas controlam aproximadamente 40 por cento do território burquinabê.

O país está mergulhado numa espiral de violência desde 2015, cujos principais actores são movimentos extremistas ligados à Al-Qaida e ao grupo extremista Estado Islâmico. ANG/Angop

 

Sem comentários:

Enviar um comentário