França/Interpol diz que crimes financeiros e informáticos são as principais ameaças
Bissau, 19 Out 22 (ANG) – Os delitos financeiros e informáticos são as principais ameaças criminosas no mundo, mas também são os que mais crescerão nos próximos três a cinco anos, declarou hoje a Interpol, em comunicado.
O
branqueamento de capitais é a ameaça “número 1”, referiu na nota a agência
internacional de polícia criminal (Interpol, em inglês), ao explicar os
resultados de um inquérito às polícias dos 195 países membros, indicando ainda
que 67% das nações a consideram de “alto” ou “muito alto” risco.
O uso
de programas de computador para realizar chantagem [‘ransomware’] ocupa a
segunda posição, pois também é classificado como de risco “alto” ou “muito
alto” por 66% dos membros. Além disso, é o crime que se espera que mais aumente
nos próximos anos (72%).
Ainda
mais preocupante para a Interpol é que 62% dos entrevistados antecipam que a
exploração sexual e o abuso de crianças ‘online’ também estarão no topo da
lista, em terceiro lugar, de ameaças criminais que mais aumentarão.
Esta
previsão baseia-se na constatação de que a procura e produção de material para
exploração sexual infantil aumentou “significativamente” durante a pandemia da
covid-19.
Se
tradicionalmente era o narcotráfico que dominava as listas de ameaças
criminais, a Interpol sublinhou que o crime financeiro por meios informáticos
cresceu “significativamente” nos últimos anos, principalmente durante a
epidemia global da covid-19.
A
razão é que durante e após os confinamentos, a digitalização se acelerou, com
actividades profissionais e pessoais cada vez mais a decorrer em casa e
‘online’.
Isso
permite uma ampla gama de crimes informáticos, como o comprometimento dos
e-mails corporativos, fraude executiva (criminosos que se fazem passar por
gerentes), golpes de comércio electrónico ou fraudes de investimento, que
cresceram em quase todas as regiões do mundo.
Para
maximizar o benefício ilícito e o dano, são utilizadas técnicas como a dupla
extorsão em que os dados são criptografados e as vítimas são ameaçadas de serem
expostas publicamente, o que implica um risco de interrupção da actividade das
empresas.
A Interpol
observa que crimes financeiros e crimes informáticos “estão invariavelmente
ligados”, pois uma parte significativa da fraude é realizada com tecnologias
digitais e os criminosos também contam com fraudes financeiras para branquear
os seus lucros. ANG/Inforpress/Lusa
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