Fome/Quase 60 milhões de pessoas afectadas vivem na África Ocidental e Central
Bissau, 17 Out 22(ANG) – A aliança Joining Forces alertou no domingo, Dia Mundial da Alimentação, que quase 60 milhões de pessoas afectadas por insegurança alimentar aguda vivem no centro e no oeste do continente africano e quase metade são crianças.
A aliança, que inclui Organizações Não Governamentais (ONG) como a Save the Children, World Vision, SOS Children’s Villages, Terre des Hommes, Educo e Plan International, diz que aquelas regiões acumulam quase um quarto das pessoas afectadas pela gravíssima crise alimentar que afecta as áreas mais desfavorecidas do planeta.
“Entre
essa população, quase oito milhões de pessoas estão directamente ameaçadas pela
fome e são necessárias ações urgentes”, acrescenta a aliança.
As
ONGs estimam que mais da metade das famílias afetadas pela insegurança
alimentar aguda estão na República Democrática do Congo e na Nigéria.
Outros
12,7 milhões de pessoas afectadas estão no Burkina Faso, Mali e Níger. A
Nigéria, em particular, continua a ser um dos países mais preocupantes do mundo
para o período entre Outubro de 2022 e Janeiro de 2023 e para o qual é
necessária ajuda imediata.
“2022
foi um dos anos mais difíceis para as crianças e as suas famílias na África
Ocidental e Central, e a temporada de escassez deste ano foi uma das piores em
10 anos. Os mais atingidos foram as pessoas que vivem em regiões afetadas por
conflitos, lamentou o director da Save the Children para aquelas regiões
africanas, Philippe Adapoe.
A
Save the Children denunciou uma crise que combina o conflito armado, as
consequências a longo prazo da restrição de atividades devido à pandemia de
Covid-19, o constante aumento dos custos de alimentos básicos, combustível e
fertilizantes e os efeitos das mudanças climáticas, com cheias que prejudicam
as lavouras, ou a redução na produção de cereais e hortaliças devido à
diminuição e falta de chuvas.
“Com
a abertura de escolas na maioria dos países da região, é importante garantir
que haja alimentos saudáveis suficientes para que as crianças sejam saudáveis e
usufruam do direito de frequentar e permanecer na escola”, sublinhou Carla
Denizard, da World Vision para a África Ocidental (que inclui a Guiné-Bissau e
Cabo Verde), que pede protecção infantil.
Nesse
sentido, a aliança pede às autoridades locais e à comunidade internacional que
fortaleçam os sistemas nacionais de segurança alimentar, aumentem os sistemas
de proteção social equitativos, inclusivos e sensíveis às crianças e priorizem
as transferências de dinheiro para apoiar melhor as famílias com insegurança
alimentar aguda.
Também
exige o desenvolvimento e expansão de programas de proteção social sensíveis à
nutrição que visem as famílias em maior risco, bem como garantir que as
crianças mais vulneráveis e as suas famílias tenham acesso a alimentos
nutritivos acessíveis e serviços de saúde adequados, incluindo mulheres
grávidas e lactantes, como bem como bebés e crianças menores de cinco anos.
ANG/Inforpress/Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário