quarta-feira, 26 de outubro de 2022


                          Guerra
/Rússia mostra-se disposta a negociar

Bissau, 26 Out 22 (ANG) - Oito meses após o início da guerra na Ucrânia, a Rússia mostra-se, pela segunda vez, aberta a negociações relativamente ao conflito.

Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, disse, esta terça-feira, que o país está disposto a negociar com mediação do Papa Francisco, dos Estados Unidos e de França.

Este pronunciamento surge depois do Presidente francês ter feito um novo apelo para que exista uma negociação entre os presidentes russos, norte americano, o patriarca da Igreja Ortodoxa e o líder da Igreja Católica.

"Estamos prontos a discutir tudo com os americanos, com os franceses e com o pontífice", disse o porta-voz do Kremlin, citado pela agência de notícias russas TASS.

O responsável russo reiterou ainda a ideia de que Moscovo está disponível para todo o tipo de contactos: "Repito: a Rússia está aberta a todos os contactos. Mas temos de partir da premissa de que a Ucrânia proibiu a continuação das negociações".

De salientar que, já em março passado, a Turquia tinha tentado mediar o conflito, mas sem sucesso, uma vez que as negociações acabaram com acusações mútuas e sem qualquer resolução substancial.

Vladimir Putin convocou  terça-feira, 25 de Outubro, um Conselho de Guerra no qual se discutiu as estratégias a adoptar perante o arrastar do conflito. O líder russo reconheceu, no entanto, que o seu exército está a enfrentar "dificuldades administrativas'.

"A própria realidade pressiona-nos a rever este sistema de funcionamento e a encontrar abordagens comuns", salientou Putin, referindo que todo o esforço de coordenação entre todos os serviços deve ser repensado.

"Estamos a enfrentar dificuldades administrativas", reconheceu, numa das poucas ocasiões em que admitiu uma fragilidade das forças russas.

O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, apelou hoje ao diálogo entre a Ucrânia e a Rússia, numa visita a Moscovo.

"A situação criada pela guerra entre dois povos irmãos minou as conquistas em todo o mundo, inclusivamente em termos de cereais e fertilizantes", disse o chefe de Estado.

Sissoco acredita que se poderá encontrar um caminho para o diálogo entre os dois países em guerra e manifestou o seu apoio para que esse objectivo seja atingido.

"Vim aqui como um irmão e um amigo", disse o Presidente guineense, que se mostrou disponível para ajudar a "resolver o conflito", de acordo com a agência de notícias EFE.

Por seu turno, o líder do Kremlin, recordou as boas relações com a Guiné-Bissau e salientou que ainda existe muito caminho a traçar entre os dois países. ANG/RFI

 

 

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