São
Tomé e Príncipe / Governo
afirma que privatização do porto é legal
Bissau, 20 Out
22 (ANG) - O actual governo são-tomense rejeitou as acusações do partido ADI
sobre alegados "compromissos fraudulentos" na privatização do porto
de São Tomé por 30 anos.
O executivo
assegura que a concessão respeitou as "leis de licitação do país".
O ministério das Infraestruturas e
Recursos Naturais, liderado por Osvaldo Abreu, explicou, em comunicado,
que “a concessão ao consórcio ganês Safebond, formalizada na
sexta-feira passada, é resultado de um concurso público realizado em 19 de
Novembro de 2019."
“Após as negociações falhadas entre o
Governo e os dois primeiros classificados no referido concurso, o Governo
apreciou e considerou a manifestação de interesse apresentada pelo consórcio
Safebond”, sublinha o comunicado assinado pelo director do gabinete do
ministro das Infraestruturas, Gilson Leite.
Na segunda-feira, a ADI, que venceu as
eleições legislativas de 25 de Setembro com maioria absoluta, denunciou o
acordo de concessão. O partido liderado por Patrice Trovoada avisou que o
próximo Governo "não compactuará com os actos de corrupção, falta de
transparência e os demais desvios das regras em vigor e as boas práticas, com o
propósito de apropriação abusiva do património público, defraudação do erário
público".
Em resposta, o comunicado do Governo,
refere que a negociação com o consórcio Safebond “foi devidamente
tratada de acordo com as regras das leis de licitação do país” e o Governo
tomou em consideração “os múltiplos falhanços registados nas tentativas
anteriores para a contratação de uma entidade capaz de desenvolver o projecto
de construção de um porto de águas profundas em Fernão Dias, e para
concessionar o porto de Ana Chaves”, ambos na ilha de São Tomé.
Segundo o comunicado, foi feita uma
auditoria externa ao exercício económico da Enaport (empresa pública
responsável pela gestão dos portos) que “demonstrou a plenitude de falência
técnica e financeira da empresa”, com “necessidade urgente de assegurar
a capitalização para as grandes reparações e aquisição de equipamentos
terrestres e flutuantes”.
O comunicado indica, ainda, que “para
os devidos efeitos, o XVII governo encontra-se em pleno exercício das suas
funções até à tomada de posse do novo executivo". De notar que o
partido ADI defende que o actual governo se encontra em gestão, de acordo com a
lei eleitoral.
O executivo cita o artigo 118.º da
Constituição da República para assegurar que só se pode falar em “governo de
gestão” quando "o governo é demitido, ou quando um novo governo toma
posse, durante o período de tempo em que não tem o seu programa devidamente
aprovado pela Assembleia Nacional”.
O Governo Regional do Príncipe também
contestou a concessão do porto regional no âmbito do acordo com o consórcio
Safebond e disse que este “viola de forma grosseira o Estatuto Político” da
ilha. ANG/RFI
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