Guerra/Ucrânia acusa Rússia por
tornar "impossível" a exportação de cereais
Bissau, 31 Out 22 (ANG) - A Rússia anunciou no sábado (29) a suspensão do acordo que permitia o escoamento de cereais ucranianos negociado em Julho sob os auspícios das Nações Unidas e da Turquia, como resposta ao ataque com drones à frota russa do Mar Negro.
A suspensão do acordo que facilitava a exportação de cereais ucranianos no Mar Negro, assinado em Julho entre a Ucrânia e a Rússia, sob os auspícios das Nações Unidas e da Turquia, teve um efeito imediato. Nenhum navio foi autorizado a circular no dia de hoje.
Amir Mahmoud Abdulla, coordenador da
“Iniciativa Grãos do Mar Negro”, assinada em Istanbul com a presença das Nações
Unidas confirmou que "não foi alcançado um acordo no Centro de
Coordenação Conjunta para a movimentação de embarcações de entrada e saída para
30 de Outubro".
O coordenador afirma num comunicado de
imprensa que nove navios puderam transitar ontem pelo corredor marítimo
humanitário e que de dez navios estão actualmente à espera de uma autorização.
Esta decisão foi tomada horas após um
ataque maciço com drones ter visado a frota russa do Mar Negro. O embaixador
russo nos Estados Unidos, Anatoly Antonov, alegou que "a preparação
deste ato terrorista e o treinamento dos militares do 73º centro de operações
marítimas especiais da Ucrânia foram realizados por especialistas britânicos
baseados em Ochakov, na região de Mykolaiv, na Ucrânia". Londres
por sua vez nega a acusação.
Enquanto o secretário-geral das Nações
Unidas afirmou estar preocupado com a situação, em Washington, o presidente
norte-americano Joe Biden e o secretário de Estado Antony Blinken condenaram
energicamente a decisão de Moscovo. O chefe da diplomacia da União Europeia,
Josep Borrell pediu à Rússia para que voltasse ao acordo, estimando que a
decisão coloca em perigo a “principal via de exportação de cereais
ucranianos (…) indispensáveis para conter a crise alimentar mundial provocada
pela guerra na Ucrânia”.
O ministro da Infraestrutura da Ucrânia,
Oleksander Kubrakov acusou a Rússia pelo bloqueio cereais. "Esses
alimentos eram destinados aos etíopes, que estão à beira da fome. Mas devido ao
bloqueio da Rússia ao 'corredor de grãos', a exportação é impossível",
continuou. Esta fala recebeu o respaldo do Ministro das Relações Exteriores,
Dmytro Kuleba.
Por sua vez o ministro da Defesa turco,
indicou que as inspecções em Istambul de navios com grãos ucranianos devem
continuar "hoje e amanhã". ANG/Angop
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