segunda-feira, 17 de outubro de 2022


  Uganda/
Presidente Museveni encerra dois distritos devido a surto de Ébola

Bissau, 17 Out 22 (ANG) - O Presidente do Uganda, Yoweri Museveni, impôs, no sábado, o encerramento de dois distritos, onde foi registado um surto de Ébola, com proibição de viajar, recolher obrigatório e fecho de locais públicos.

A febre hemorrágica matou 19 pessoas e foram confirmados 58 casos no país desde 20 de Setembro, de acordo com o Ministério da Saúde ugandês.

Os casos estão concentrados nos distritos de Mubende e Kassanda, no centro do país, tendo as autoridades sanitárias indicado que o surto não chegou à capital, onde vivem 1,5 milhões de pessoas.

Os surtos desta doença são difíceis de conter, especialmente em áreas urbanas.

Num discurso transmitido pela televisão, Yoweri Museveni ordenou o encerramento imediato dos dois distritos, com recolher obrigatório ao início da noite, a proibição de viajar e o fecho de mercados, bares e igrejas durante 21 dias.

"Ordeno agora o seguinte: viajar de e para os distritos de Mubende e Kassanda é agora proibido. Se estiver nos distritos de Mubende e Kassanda, permaneça lá durante 21 dias.", disse.

O transporte de mercadorias é permitido fora das duas áreas, mas todos os outros transportes estão suspensos, acrescentou.

Museveni já tinha ordenado aos curandeiros tradicionais que deixassem de atender doentes, numa tentativa de travar a propagação do vírus no país da África Oriental.

A polícia recebeu instruções para deter qualquer pessoa suspeita de ter contraído Ébola e recusasse a ser colocada em isolamento.

A transmissão humana dá-se através de fluidos corporais e causa hemorragias intensas, sendo os primeiros sintomas febre alta súbita, fraqueza severa e dores musculares, de cabeça e de garganta, vómitos e diarreia.

As pessoas infectadas só se tornam contagiosas após o início dos sintomas, depois de um período de incubação de dois a 21 dias.

Para esta estirpe do Ébola, detectada actualmente no Uganda, conhecida como "estirpe do Sudão", ainda não existe vacina.

Na quarta-feira, a Organização Mundial de Saúde anunciou que ensaios clínicos de vacinas contra esta estirpe poderão começar "nas próximas semanas" no Uganda.

Países como Quénia, República Democrática do Congo (RDC), Tanzânia, Rwanda e Somália estão em alerta para evitar uma possível propagação do vírus.

Descoberto em 1976 na RDC - então denominado Zaire -, o vírus devastou vários países da África Ocidental de 2014 a 2016, quando 11.300 pessoas morreram e houve mais de 28.500 casos. ANG/Angop

 

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