Domingos
Simões Pereira diz que o decreto foi assinado por candidato e não por
Presidente
Bissau 29 Out 19 (ANG) – O Presidente do Partido Africano
da Independência da Guiné e cabo Verde (PAIGC),disse hoje que o decreto de
demissão do Governo guineense foi assinado pelo Candidato às Eleições
Presidenciais de 24 de Novembro e não pelo Chefe de Estado.
“Não é o Presidente que assina o decreto, é um candidato. O
Chefe de Estado continua em funções com base no consenso de Abuja “,afirmou
Domingos Simões Pereira contactado por telefone pela Agencia Lusa.
O Presidente guineense terminou mandato em 23 de Junho, mas
na cimeira de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Estados da África
Ocidental (CEDEAO),realizada em Abuja, em 29 de Junho, foi determinado que José
Mário Vaz continuaria em funções até a realizações das eleições presidenciais,
tendo de deixar a gestão das questões governamentais para o Primeiro-ministro e
o novo Governo, que saiu das eleições legislativas de 10 de Março passado.
Domingos Simões Pereira salientou também que, segundo a
lista do Supremo Tribunal de Justiça, José Mário Vaz foi aprovado como candidato
às eleições presidenciais marcadas para 24 de Novembro, salientando que a sua actuação está em linha com o que habituou aos
guineenses nos últimos cinco anos do seu mandato.
“Estamos a uma semana da campanha eleitoral e não se deve
interromper o processo, tendo apelado as forças de defesa e segurança para
cumprirem a lei e a população a estar calma “,disse.
À comunidade internacional, o antigo Primeiro-ministro
guineense pediu para actuar e impor sanções a todos os que continuarem a
obstruir a ordem democrática.
O Presidente guineense, José Mário Vaz, demitiu na
segunda-feira o Governo liderado por Aristides Gomes, alegando que a situação
prevalecente se enquadra numa “grave crise política” e que está em causa o
normal funcionamento das instituições da República, em conformidade com o
estatuto nº2 do artigo 104 da Constituição da República.
O primeiro-ministro publicou na sua página no facebook
fotos de reunião de trabalho, escrevendo que hoje é mais um dia de serviço à
Nação, hora depois de ter demitido por decreto presidencial.
Contactado pela Lusa, o constitucionalista português Jorge
Miranda classificou hoje como “lamentável “a atitude do Presidente da
Guiné-Bissau de demitir o Governo, considerando que os actuais poderes do Chefe
de Estado são apenas protocolares.
“É lamentável a atitude do Presidente da Guiné-Bissau. É
uma verdadeira situação de Golpe de Estado ,é a continuação do Golpe de Estado
.Já terminou o mandato e devia limitar-se a assumir protocolarmente as funções
“,disse Jorge Miranda.
ANG/Lusa
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