quarta-feira, 16 de outubro de 2019

Operação “Navarra”


“O caso só será clarificado na justiça”, diz Aristides Gomes
Bissau, 16 Out 19 (ANG) – O Primeiro-ministro afirmou terça-feira que o caso da apreensão de quase duas toneladas de  cocaína só será clarificado na justiça e não na Assembleia Nacional Popular (ANP), como muitos deputados estão a exigir.

Em resposta à interpelação dos deputados sobre o caso de apreensão e a inceneração de cerca de duas toneladas de cocainas, no âmbito da operação “Navarra “ da PJ,bem como dos processos judiciais dos envolvidos, Aristides Gomes disse que, cada um pode dar a sua opinião e propor as suas ideias, mas que estas questões  só serão esclarecidas na justiça a partir de julgamento e consequente prisão dos presumíveis responsáveis.
O chefe do executivo sublinhou que a ANP não tem nenhuma capacidade de fazer investigações nesse sentido.
O chefe do Executivo disse que quem investigou o caso foi a Policia Judiciária (PJ) e que o dossiê do caso está no Ministério Público cujo processo já foi acusado e as pessoas envolvidas foram ouvidas e detidas.
 “Lamento quando ouço vozes a dizer que o Primeiro-ministro deve vir à ANP porque aqui é que se vai resolver o problema de drogas. Fico admirado as vezes”, lamentou.
Gomes adiantou que o problema deste flagelo só será resolvido com acção do poder político para poder fazer com que a Guiné-Bissau possa ser uma zona livre de tráfico de drogas.
Em relação as afirmações segundo as quais a apreensão de drogas só ocorrem quando Aristuides Gomes é Primeiro-ministro, respondeu que tal se deve ao facto de se ele preocupar em criar condições à Polícia Judiciária para perseguir os traficantes .
 “O caso de 2005, quando comecei a ouvir os primeiros ruídos sobre o tráfico de drogas criei condições para que se possa investigar a veracidade dos factos, o que conduziu a apreensão de 650 quilos de cocaínas. Na altura, o Director da Polícia Judiciária veio a minha casa informar que conseguiram fazer a captura inclusive dos presumíveis autores, mas não tinham como continuar a guardar o produto nas instalações da PJ, uma vez que estava a receber telefonemas com ameaças “,explicou.
Segundo o governante, foi dali que houve necessidade de procurar um outro local para guardar as drogas e, segundo ele, o disponível e que oferecia melhores condições foi o cofre-forte do Tesouro Público, uma vez que estava vazio.
Aristides Gomes fez revelações sobre várias situações de tráfico de drogas com envolvimento de altas figuras do país, e que disse esperar que, um dia, tudo ficasse esclarecido.ANG/MSC/ÂC//SG

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