Ações de reflorestamento integram dezenas de cidadãos
que voltam à Guiné-Bissau
Bissau, 10 out 19 (ANG) - Mais de 125 migrantes participaram no plantio
de árvores durante seis meses em Gabu, no leste da Guiné-Bissau, numa
iniciativa que marcou a primeira fase
da reintegração de mais de 500 pessoas retornadas do Níger e da Líbia.
Vista da cidade de Gabú |
Pelo menos 200 árvores foram plantadas durante a mais recente ação de reflorestamento
da Organização Internacional para Migrações, OIM, que envolveu 25 pessoas
retornadas à área de Gabu, no leste.
Nessas atividades foram cobertos 13 mil metros quadrados de
superfície em quatro dias, na região que enfrenta “um grande desmatamento”. Um
grupo de 15 membros da comunidade participou na ação promovida pela agência da
ONU.
Gabu é conhecida como uma das áreas mais
propensas à migração. Muitos jovens deixam a Guiné-Bissau em busca de melhores
oportunidades de subsistência no exterior.
O país também recebe migrantes da África
Ocidental e Central. Um estudo feito em 2018 revelou que mais de 70 mil pessoas
da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, Cedeao, viviam na
nação lusófona.
As ações implementadas pela OIM desde
março incluem reflorestamento e saneamento. No total, 125 guineenses foram
envolvidos nessas atividades com dezenas de membros da comunidade local.
A erosão do solo é uma das
principais ameaças ambientais no país da África Ocidental, que acaba
impulsionando a migração e pressionando a economia das áreas rurais.
Para a OIM, o plantio de árvores é
um meio de combater a erosão com maior impacto por travar o deslocamento de
agricultores pobres que optariam por procurar novos meios de subsistência nas
cidades ou no exterior.
Com o reflorestamento de Gabu começou a
reintegração de cerca de 529 migrantes retornados de forma voluntária do Níger
e da Líbia. Nos últimos dois anos, uma iniciativa da agência apoiou esse
processo com fundos da União Europeia.
Para a chefe do Escritório da OIM na
Guiné-Bissau, Laura Amadori, a iniciativa apoia os beneficiários com fundos
para a transição entre o retorno e a reintegração, contribuindo para
desenvolver as comunidades que voltam a receber os guinnenses.
A representante destacou que essas
atividades facilitam a reinserção social porque também envolvem os habitantes
locais, evitando que haja tensões entre os retornados e a população.
Em dezembro passado, a Guiné-Bissau foi
um dos 150 países que assinaram o Pacto Global para Migrações. A OIM apoiou o
governo guineense na definição das prioridades nacionais do Plano de Ação para
o Pacto Global para Migração.
Com a implementação dessa estratégia, a
expectativa é melhorar a forma como o país lida com as migrações, incluindo as
negociações com os países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa sobre a
mobilidade no bloco. ANG/ONU News
Sem comentários:
Enviar um comentário