Bissau acolhe seminário internacional sobre justiça
restaurativa
Bissau, 16 out 19 (ANG)
– A Organização não-governamental denominada “Plataforma Juvenil Fondinké Na
Fayé” organiza hoje e quinta-feira, em Bissau, um seminário internacional sobre
justiça restaurativa .
A ONG Fondinké Na Fayé
pretende com o evento mostrar a cultura de paz através dos elementos
alternativos eficazes para mediação de conflitos e reparação de indivíduos
através da consciêncialização sobre a necessidade de reparação dos danos
cometidos.
O evento serve para sensibilizar os líderes políticos, líderes
tradicionais, técnicos de justiça, poder tradicional, chefes religiosos,
líderes juvenis, estudantes e governantes guineenses.
Os participantes vão analisar, entre outros
temas, a justiça restaurativa, um marco dos direitos humanos, origens e
desafios para Guiné-Bissau e adaptação de leis para a implantação da justiça
restaurativa.
Ao presidir o acto de abertura
do ateliê, o representante do PNUD no país, José Levy disse que o evento
favorece a reflexão nacional sobre o tema e pretende contribuir para buscas de
formas alternativas para garantir a justiça às populações mais vulneráveis.
Reconheceu a existência
do direito à justiça na Constituição da Guiné-Bissau, facto que segundo ele implica
que haja garantia das condições para que
todos possam fazer valer seus direitos.
José Levy explicou que a
Justiça restaurativa traz uma nova visão e abordagem de fazer a justiça,
focando-se no essencial, dando espaços para os ofensores ou actores dos actos
danosos na comunidade, abrindo novo espaço para diálogo e possibilitando a
construção, mais ampla, do dano de que simples punição.
Neste sentido,
esclareceu que a justiça restaurativa pode contribuir para no processo de
transformação do sector da justiça, através da articulação entre os diferentes
actores visando a resolução dos conflitos e pacificação social ou seja uma nova
metodologia e justiça mais completa.
Disse que o recurso a
mediação como procedimento através do qual duas ou mais partes em litígio
procuram alcançar voluntariamente um acordo com assistência do mediador oferece
presteza e a celeridade na resolução dos conflitos pela via consensual.
O Secretário executivo
da ONG Fondinké Na Fayé, Suaré Baldé disse que perspectiva, do ponto de vista
da justiça restaurativa, descrever o crime como violação à pessoa e às relações
interpessoais sendo que o papel da Justiça passa a ser de restaurar os danos causados.
Afirmou que actual poder judicial é frequentemente criticado pela
sua actuação em decorrência da complexidade e da morosidade. Desta forma, dá
origem a insatisfação à sociedade que acaba incrédula à justiça.
“ É neste sentido que o método usado pela justiça
restaurativa é útil para auxiliar as partes”, sustentou.
No acto, usaram também
de palavras o Presidente da União dos Imames da Guiné-Bissau, El Aji Abubacar
Djaló e o Ministro Conselheiro do Conselho Nacional de Justiça do Brasil,
Valtércio de Oliveira.
No referido seminário participam
personalidades de diferentes países, nomeadamente do Brasil, Portugal, Angola,
Moçambique, Cabo Verde, Timor-Leste, Guiné-Equatorial e São Tomé e
Príncipe.
ANG/LPG/ÂC//SG
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