"O decreto emitido pelo Presidente cessante não tem
nenhuma correspondência constitucional" diz
a LGDH
Bissau,
30 out. 19 (ANG) – A Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH) disse em
comunicado que o Decreto emitido pelo Presidente cessante não tem nenhuma
correspondência constitucional, por consubstanciar uma violação flagrante e
grosseira da Constituição, dos demais quadros normativos do país e da resolução
da Cimeira da CEDEAO de 29 de Junho deste ano.
Presidente da LGDH |
Segundo a
nota à imprensa à que ANG teve acesso hoje, a Liga condenou também o acto do
Presidente da República cessante que considera de subversão da ordem
constitucional vigente para proteger interesses inconfessos.
No
comunicado, a Liga apela ao Presidente da República cessante para conformar a
sua conduta com os ditames da Constituição e da lei, lembrando a classe
política guineense que os direitos políticos têm limites e não podem ser
exercidos sistematicamente contra os interesses do povo.
Alerta à
comunidade internacional sobre os riscos de uma possível alteração da Ordem Constitucional
em relação aos desafios da reforma institucional do Estado e de combate à
criminalidade organizada e transnacional.
Ainda no
documento, a organização que defende os direitos do homem realça a postura
republicana das forças de Defesa e Segurança, encorajando-as a garantirem a ordem
e a tranquilidade pública, mantendo-se equidistante dos interesses
político-partidários.
"Com
a aprovação do programa de governação, o Governo consolidou a sua legitimidade
democrática e entrou em funcionamento pleno, ao contrário do Presidente da
República cessante cujo mandato expirou em 23 de Junho e, em consequência,
deixou de gozar da legitimidade para o exercício pleno das suas funções, sendo
que a sua continuidade à frente da nação, se resume ou deve resumir-se, única e
exclusivamente, às representações protocolares do Estado", explicou LGDH.
A Liga
considera acção do presidente de uma tentativa de alteração da ordem
constitucional, que já vem sendo enunciado de algum tempo para cá, o que não
passa de manobras políticas para encobrir e dar protecção aos interesses
inconfessos instalados e alheios ao anseio do povo guineense.
Por isso,
a Liga diz que o referido decreto pode
mergulhar o país numa nova crise, susceptível de comprometer o processo
eleitoral em curso.
ANG/MI/LPG/ÂC//SG
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