Sindicato
de base acusa patronato de má-fé no despedimento de 18 funcionários
Bissau, 11 Out 19 (ANG) – O Presidente do Sindicato de
Colaboradores das Empresas Participadas de Galp Energia na Guiné-Bissau
(SCEPG-GB),acusou hoje o patronato de agir com má- fé no despedimento, em massa,
de 18 trabalhadores,no passado dia 04 de Outubro , por alegado envolvimento no
roubo de combustível.
Carlitos Gomes que
disse ser uma “acusação sem provas”, falava numa conferência de imprensa na
qual criticou o comportamento dos
responsáveis da empresa para com os trabalhadores.
Alega que desde 1992 ,em que a empresa iniciou os seus trabalhos no país não se
verificou qualquer acção do género até a criação do sindicato de base dos
trabalhadores.
“Todas os camiões que transportam combustíveis de Galp
Energia tem os seus aparelhos de controlo -os chamados GPS para detetar
qualquer desvio de procedimento o que torna impossível roubar combustível. Estávamos
a revindicar o aumento salarial e promoção na carreira dos trabalhadores,
concurso interno e o regulamento interno da empresa como manda a lei “,disse.
Segundo ele, o gesto do sindicato não caiu bem ao
patronado que decidiu declarar uma guerra ao sindicato, dando exemplo que uma
vez o Directora dos Recursos Humanos questionou se o Estado da Guiné faz
aumento de salário.” O aumento do salario mínimo para 50 mil francos veio a
acontecer mesmo assim nada foi feito”, disse.
Gomes afirmou que
a partir daí começaram as queixas de que está-se a verificar quebras de combustíveis
e que os responsáveis são o pessoal que lida com combustíveis e os da direcção
comercial.
Disse que foram pedidas as provas dessas quebras, e que a
resposta foi” despedimentos” com justificações de que a as receitas da empresa estavam em queda, o que Carlitos Gomes diz não corerespoder a verdade
e sustenta:”contrataram outros trabalhadores para desempenharem as mesmas
funções dos que saíram”.
“O mais caricato de tudo é que quem assinou a nota de
despedimento vive em Lisboa sem conhecer a real situação, e os portugueses
envolvidos não foram expulsos. Reunimos com o administrador nacional Carlos
Gomes júnior mas, sem efeito. Por isso achamos que é uma perseguição contra os
responsáveis sindicais e vamos entrar com uma queixa-crime no tribunal exigindo
respeito aos direitos que temos, uma vez
que existe trabalhadores despedidos mas que já fizeram 19 anos de serviço ”,
disse.
O Secretário-geral da União Nacional dos Trabalhadores da
Guiné (UNTG),disse na ocasião que
acompanharam esse processo desde o início, e na sua opinião, o que se pode
concluir “ é que esta situação está a
ser moda no país principalmente nas empresas privadas, que despedem pessoas por
pertencerem ou criarem sindicatos para
defendem os interesses dos travbalhadores”.
Júlio Mendonça refeiu-se ao caso da empresa de telecomunicação MTN onde o
Presidente do sindicato de base e o seu vice foram postos na rua com “argumentos
baratos” de irem trazer um cidadão da Guiné-Conacri para os substituir.
Mendonça disse que a UNTG fez finca pé e em consequência,
os despedidos na MTN vão ser indminizados a dobrar.
“A outra empresa de telecomunicações denominada Orange
Bissau fez a mesma coisa e o processo esta a correr nos tribunais e agora é a
vez dos funcionários da Petromar .
Trata-se de uma injustiça tremenda porque os
factos imputados aos trabalhadores não são reias, uma vez que, tendo em conta a
natureza do próprio produto e a fonte do armazenamento que esta no subsolo é
normal ter um certo desequilíbrio ou seja pode ser mais ou menos e os camiões
são sondados para abastecer as bombas de combustíveis e se tudo estiver certo
no momento da entrega o condutor já fez o seu trabalho corretamente”, disse.
Mendonça disse que nunca denunciam as sobras só as
quebras, salientando que como se for num Estado que comparada com os Estados de
Anarquia total, sem autoridade de estado e cada um faz o que bem entender e a
responsabilização é zero.
“Por isso, chegou
a hora de pôr um ponto final nesta história, porque a Inspecção -geral do
Trabalho é uma instituição coxa com leis dos anos 80, sem poderes. E se uma
empresa infringir a lei paga uma multa, se convertido do peso para o franco CFA
vai dar 5000 mil francos. Qual é a empresa que não poder pagar os 5000 mil franco,
questionou, acrescentando que o próprio
Estado é campeão da violação dos
direitos dos trabalhadores.
ANG/MSC//SG
Sem comentários:
Enviar um comentário