“Guiné-Bissau
está pronta para promover Estado de Direito”, diz DSP
Bissau, 14 out 19 (ANG) - O candidato do Partido Africano da
Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) às presidenciais na Guiné-Bissau,
Domingos Simões Pereira, disse nesta segunda-feira, em Lisboa, que os
guineenses estão preparados para virar a página e promover um Estado de Direito
democrático, noticiou a Lusa.
"Eu venho dizer que chegou a hora da Guiné-Bissau. Durante
muito tempo andamos à procura do rumo. Mas acho que hoje, mais do que nunca, o
guineense está pronto para virar a página, para dar uma oportunidade a si
próprio, para promover um Estado de Direito democrático", disse o
candidato Domingos Simões Pereira, em declarações aos jornalistas antes de
iniciar, próximo da hora prevista, o discurso para centenas de emigrantes que o
esperavam no auditório da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
Questionado pelos jornalistas sobre se o facto de estarem a decorrer em Lisboa, quase à mesma
hora, três comícios de três candidatos às presidenciais da Guiné-Bissau para a
comunidade de emigrantes guineenses não poder ser um factor desfavorável para
todos, Domingos Simões Pereira disse que não queria fazer nenhuma avaliação
sobre isso, mas acabou por considerar que era "uma coincidência algo
despropositada".
"Cada uma das candidaturas tem a liberdade de escolher o
espaço que entende ser o melhor, mas realmente tem sido uma coincidência já
algo despropositada. Penso que aproveitaríamos melhor a oportunidade de
comunicar à comunidade se escolhesse-mos outros momentos. Vale o que vale e a
nossa comunidade saberá interpretar", afirmou no meio de um ambiente
animado com muita música, que enchia o
espaço da Faculdade de Letras, em Lisboa.
Para um auditório cheio, Domingos Simões Pereira prometeu
"o respeito escrupuloso pelo Estado de direito democrático", onde a
"Lei tem de estar por cima de todos".
Depois, defendeu que "o Presidente da República tem de ser
o símbolo da unidade nacional".
"O Presidente da República não pode ter comportamentos que
se associam a grupos, a etnias, a religiões. O Presidente da República tem de
estar por cima disto tudo e congregar esta moldura e convocar os guineenses
para a manifestação e celebração daquilo que nos une e não daquilo que nos
desune", afirmou o candidato do PAIGC.
Sobre a importância da comunidade emigrante guineense na decisão
das eleições, Domingos Simões Pereira disse que esta "tem um voto qualitativo".
"A diáspora guineense é uma grande reserva, uma reserva
política, intelectual e económica, e portanto este é o sentimento da maioria da
população guineense", afirmou.
Domingos Simões Pereira considerou que o voto dos emigrantes
"é um voto de qualidade e que representa o conjunto do país."
Em Lisboa, além do comício para a comunidade guineense em
Portugal, o candidato do PAIGC, tal como o próprio confirmou, encontrou-se
também "com elementos de vários partidos políticos portugueses,
nomeadamente do Partido Socialista".
Ali quase ao lado, na Faculdade de Medicina Dentária da Universidade
de Lisboa, também o candidato
presidencial e actual Presidente da República da Guiné-Bissau, José Mário Vaz,
disse que o maior combate político do seu país é garantir que o dinheiro do
Estado vá para os cofres estatais.
"Foi um combate sério, o combate ao tráfico de droga na
Guiné-Bissau [...], mas sobretudo, a forma como o dinheiro público não vai para
os cofres do Estado é que é o maior problema e o maior combate político na
Guiné-Bissau", afirmou José Mário Vaz, num comício a que os seus apoiantes
preferiram chamar de encontro com a comunidade guineense em Portugal. ANG/Angop
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