quarta-feira, 9 de outubro de 2019

EUA


  Casa Branca impede testemunho-chave para impeachment contra Trump
Bissau, 09 out 19 (ANG) - A Casa Branca intensificou  terça-feira (8) o confronto com os democratas no Congresso norte-americano, impedindo que o embaixador dos Estados Unidos na União Europeia testemunhasse durante a investigação de um procedimento explosivo de impeachment contra  Donald Trump.
 Trump justificou essa decisão chamando as audições realizadas pelos congressistas da posição no caso dos vazamentos ucranianos como um “falso tribunal”.
“Eu adoraria enviar o embaixador Sondland, um homem muito bom e um grande norte-americano, para testemunhar, mas infelizmente ele testemunharia diante de um falso e totalmente tendencioso”, tuitou Trump.
Para os democratas, a ausência do embaixador na manhã desta terça-feira, um "ator-chave" no caso ucraniano, e o fato de ele não ter entregue os documentos esperados, tudo isso representaria "novas evidências fortes de um obstáculo às funções constitucionais do Congresso", respondeu Adam Schiff, presidente do poderoso Comitê de Inteligência da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos.
Foi o Departamento de Estado dos EUA que pediu ao embaixador para "não comparecer hoje" na audição na Câmara, segundo seu advogado Robert Luskin, que não especificou os motivos dessa decisão. Vindo de Bruxelas a Washington especialmente para esse depoimento, Gordon Sondland "espera que as questões levantadas pelo Departamento de Estado" para impedi-lo de testemunhar "sejam resolvidas rapidamente", afirmou seu advogado em comunicado.
O embaixador "concordou anteriormente em ser ouvido voluntariamente, sem a necessidade de uma liminar, para responder às perguntas" das comissões que conduzem a investigação, segundo seu advogado. Rico empresário do setor hoteleiro, Gordon Sondland ajudou a financiar a campanha e a cerimônia de posse de Donald Trump, de quem ele se tornou próximo.
 A oposição suspeita que o presidente norte-americano tenha pressionado seu colega ucraniano, o ex-ator Volodymyr Zelensky, a buscar informações comprometedoras sobre seu rival democrata, Joe Biden. Os democratas suspeitam ainda que Donald Trump tenha abusado de seu poder para fins eleitorais pessoais, e depois tentado anular o caso.
Gordon Sondland participou de trocas de SMS na Ucrânia, entregues ao Congresso na semana passada pelo ex-enviado especial dos Estados Unidos para a Ucrânia, Kurt Volker, que apoiou os democratas em suas suspeitas. "O Congresso não apenas não tem conhecimento deste testemunho, mas também somos informados de que o embaixador tem recados ou e-mails em um celular que foi devolvido ao Departamento de Estado, embora o mesmo tenha sido solicitado pela Justiça. E o Departamento de Estado também não libera essas mensagens”, acusou Adam Schiff.
“Consideramos o fato de que ele não testemunha, e de que esses documentos não nos são apresentados, como evidências adicionais de uma obstrução dos poderes constitucionais do Congresso. E, impedindo-nos de ouvir esta testemunha e obtendo esses documentos, o presidente e o secretário de Estado agem para impedir que obtenham as informações necessárias para proteger a segurança da nação. O povo norte-americano tem o direito de saber se o presidente está agindo em seu interesse, no interesse da nação, com um olho na segurança da nação, e não por seu pequeno interesse pessoal, completou o presidente do Comitê de Inteligência da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos.
O presidente Trump escolhe endurecer a disputa com o Congresso, em vez de deixar o diplomata testemunhar. Uma estratégia que pode ser arriscada: ao fazê-lo, a Casa Branca é obviamente suspeita de querer esconder evidências contra o presidente norte-americano.
Mas também permite que o presidente continue ganhando tempo, segundo Anne Corpet, correspondente da RFI em Washington. Diante dessa obstrução, o Congresso tem apenas um recurso para conseguir o que quer: ir a um tribunal. E isso leva tempo.ANG/RFI

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