Myanmar/ Aung San Suu Kyi condenada a
nova pena de prisão
Bissau, 12 Out
22 (ANG) - A ex-chefe do governo civil do
Myanmar, Aung San Suu Kyi, 77 anos, foi condenada hoje pela
Junta militar a mais 3 anos de prisão por dois casos de corrupção distintos, o
regime militar tendo igualmente condenado Toru Kubota, um jovem
jornalista japonês a uma nova pena de prisão depois de primeiras condenações
nestas últimas semanas.
A prémio Nobel da Paz de 1991 foi
hoje considerada culpada de ter recebido luvas no valor de 550 mil Dólares da
parte de um empresário, Maung Weik, num novo caso de um julgamento
qualificado de “político” pela
comunidade internacional, em que a dirigente birmanesa já acumulava até hoje 23
anos de prisão por motivos diversos como fraude eleitoral ou corrupção.
De acordo com fontes próximas do
dossier, Aung San Suu Kyi encontra-se de boa saúde e,
tal como nos restantes casos pelos quais tem sido julgada, os seus advogados
vão recorrer desta decisão.
Paralelamente, soube-se também que a Junta
militar condenou hoje Toru Kubota, jornalista japonês de 26 anos a
uma nova pena de prisão. Detido desde Julho quando efectuava a cobertura de
manifestações contra a junta de Rangun, o jornalista tinha sido num
primeiro tempo condenado a penas ascendendo respectivamente a 7 e 3 anos,
reduzidos a um total de 7 anos, por “divulgação de informação prejudicial à
segurança do país” e por “encorajar a dissidência”. Esta
quarta-feira, Toru Kubota foi condenado a mais 3 anos de prisão
por “violação da lei de imigração”. Kubota é o quinto
jornalista estrangeiro a ser detido pela junta militar. Os restantes
jornalistas presos antes dele acabaram todos por ser soltos e expulsos.
Reagindo à nova condenação de Kubota,
a Repórteres sem Fronteiras denunciou uma “grosseira manobra
de justiça” e exigiu “a libertação
imediata e incondicional” do jornalista. Também
indignado, Phil Robertson, vice-director da delegação asiática
da Human Rights Watch, afirmou que Kubota está a ser
usado pela junta militar birmanesa como "joguete político". Na sua
óptica, "ao prender Kubota, a junta está a enviar uma mensagem
ameaçadora aos órgãos de comunicação social estrangeiros: entram na Birmânia
por sua conta e risco".
Refira-se que desde que retomaram
o poder pela força no dia 1 de Fevereiro de 2021, os militares
birmaneses têm conduzido uma repressão sangrenta da resistência civil com um
balanço de pelo menos 2.300 mortos segundo uma ONG local de defesa dos Direitos
Humanos. ANG/RFI
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