quarta-feira, 12 de outubro de 2022

         Myanmar/ Aung San Suu Kyi condenada a nova pena de prisão

Bissau, 12 Out 22 (ANG) - A ex-chefe do governo civil do Myanmar, Aung San Suu Kyi, 77 anos, foi condenada hoje pela Junta militar a mais 3 anos de prisão por dois casos de corrupção distintos, o regime militar tendo igualmente condenado Toru Kubota, um jovem jornalista japonês a uma nova pena de prisão depois de primeiras condenações nestas últimas semanas.

A prémio Nobel da Paz de 1991 foi hoje considerada culpada de ter recebido luvas no valor de 550 mil Dólares da parte de um empresário, Maung Weik, num novo caso de um julgamento qualificado de “político pela comunidade internacional, em que a dirigente birmanesa já acumulava até hoje 23 anos de prisão por motivos diversos como fraude eleitoral ou corrupção.

De acordo com fontes próximas do dossier, Aung San Suu Kyi encontra-se de boa saúde e, tal como nos restantes casos pelos quais tem sido julgada, os seus advogados vão recorrer desta decisão.

Paralelamente, soube-se também que a Junta militar condenou hoje Toru Kubota, jornalista japonês de 26 anos a uma nova pena de prisão. Detido desde Julho quando efectuava a cobertura de manifestações contra a junta de Rangun, o jornalista tinha sido num primeiro tempo condenado a penas ascendendo respectivamente a 7 e 3 anos, reduzidos a um total de 7 anos, por “divulgação de informação prejudicial à segurança do país” e por “encorajar a dissidência”. Esta quarta-feira, Toru Kubota foi condenado a mais 3 anos de prisão por “violação da lei de imigração”. Kubota é o quinto jornalista estrangeiro a ser detido pela junta militar. Os restantes jornalistas presos antes dele acabaram todos por ser soltos e expulsos.

Reagindo à nova condenação de Kubota, a Repórteres sem Fronteiras denunciou uma “grosseira manobra de justiça” e exigiu “a libertação imediata e incondicional” do jornalista. Também indignado, Phil Robertson, vice-director da delegação asiática da Human Rights Watch, afirmou que Kubota está a ser usado pela junta militar birmanesa como "joguete político". Na sua óptica, "ao prender Kubota, a junta está a enviar uma mensagem ameaçadora aos órgãos de comunicação social estrangeiros: entram na Birmânia por sua conta e risco".

Refira-se que desde que retomaram o poder pela força no dia 1 de Fevereiro de 2021, os militares birmaneses têm conduzido uma repressão sangrenta da resistência civil com um balanço de pelo menos 2.300 mortos segundo uma ONG local de defesa dos Direitos Humanos. ANG/RFI

 

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