Peru/PR alvo de denúncia de corrupção nega que vá sair do país
Bissau, 12 Out 22 (ANG)
- O Presidente do Peru, Pedro Castillo, negou que vá pedir asilo e deixar o
país, depois de a Procuradora-Geral ter apresentado uma acusação no parlamento
contra o chefe de Estado por associação criminosa.
O recurso constitucional, que pela primeira vez visa um chefe de Estado em exercício, pode levar à suspensão de Pedro Castillo.
"Não vou deixar o
país e, como sempre dissemos, submetemo-nos a todo o tipo de investigação (...)
sabemos que não existe uma base real", disse Castillo, em conferência de
imprensa, nesta terça-feira, quando questionado sobre se planeava procurar
asilo noutro país.
"Estas acusações,
que estão a ser feitas, são orquestradas, estão planeadas, e vamos continuar a
lutar", disse, sobre as investigações preliminares da Procuradoria-Geral
peruana, numa acusação contra Castillo por alegadamente liderar uma organização
criminosa.
O Presidente, que pouco
antes tinha afirmado ter começado "a execução de uma nova forma de golpe
de Estado" no Peru, insistiu na necessidade de "todas as acusações
serem provadas primeiro".
Castillo fez estas
declarações horas depois de o Ministério Público ter anunciado que a
Procuradora-geral, Patricia Benavides, tinha apresentado uma queixa
constitucional no Congresso contra o chefe de Estado por alegadamente liderar
uma organização criminosa no executivo, tráfico de influências e cumplicidade
num alegado caso de corrupção.
Durante a manhã, o
Ministério Público, com o apoio de uma equipa especial de polícia, também
realizou buscas nos escritórios e nas residências de seis congressistas do
partido Acción Popular, alegadamente ligados a casos de corrupção, bem como na
casa da irmã de Castillo.
Numa declaração
publicada na rede social Twitter, Benavides escreveu: "Estou a apresentar
um recurso constitucional contra José Pedro Castillo Terrones, na qualidade de
Presidente da República, como alegado autor de crimes contra a tranquilidade
pública sob a forma de uma organização criminosa agravada pela sua qualidade de
líder".
O recurso abrange também
dois ex-ministros de Castillo, no poder há 15 meses: Juan Silva, responsável
pelos transportes e comunicações, e Geiner Alvarado, responsável pela
habitação, ambos suspeitos de tráfico de influências e de pertencerem à alegada
organização criminosa dirigida pelo presidente.
"Existem provas
sérias da alegada existência de uma organização criminosa dentro do palácio
presidencial com o objectivo de capturar, controlar e dirigir os processos de
aquisição a fim de obter ganhos ilícitos", disse Benavides, sublinhando
ser "da exclusiva e total responsabilidade do parlamento decidir sobre o
recurso constitucional no âmbito da Convenção das Nações Unidas sobre a
Corrupção".
O parlamento deverá
analisar o recurso nos próximos dias, sendo necessário um mínimo de 66 votos em
130 para suspender Castillo, cuja aliança parlamentar de esquerda está a
vacilar e tem apenas um terço dos deputados. ANG/Angop
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