Queda de Prédio/ Inquilinos falam num prejuizo de mais 80
milhões de francos CFA
Bissau, 07 out 22
(ANG) – Os inquilinos do prédio de dois pisos que desabou quinta-feira no bairro de Cuntum Madina, em
Bissau, falam num prejuízo na ordem de mais de 80 milhões de francos CFA,
contudo não provocou nenhuma vitima mortal e feridos.
Marinho Semedo |
No prédio funcionam
um Minimercado denominado de “El Mater”, uma Oficina e outros serviços
comerciais.
Em declarações hoje a
ANG o proprietário do “El Master” Marinho Semedo Tavares vulgo “Catcharo”, disse
que o prédio apresentava problemas há muito tempo e o dono, através do seu
sobrinho foi informado de imediato sobre
o seu estado.
“Sou um dos rendeiros
e o proprietário do Minimercado “El Master”, aconteceu o seguinte, constatamos
que o nivel da humidade aumentava cada
vez mais e as fendas que se apareciam nas paredes, mas como tinhamos informado o
responsável do imóvel e ele prometia a sua reabilitação e dia pós dia e justamente só esta quinta-feira, horas antes
de queda do edifício que apareceu com um pedreiro para o efeito”, informou
Marinho Semedo Tavares.
Disse que, perdeu em
produtos alimenticios e electrodomésticos, 30 milhões de francos CFA.
“Todos nós, os rendeiros deste edificio, sofremos
danos materiais incalculáveis e não sabemos o que vai acontecer daqui para
frente com as nossas familias”, concluiu, Semedo visivelmente triste.
Interrogado se falou
com responsável do prédio, Marinho
Tavares com lágrimas, disse que ainda não, porque o prédio desabou na sua
presença, mas após alguma calmia desapareceu e ninguém sabia do seu paradeiro,
frisando que, só na manha de hoje sexta-feira que veio até aqui. “Mas na verdade
ainda não nos disse nada”, afirmou.
Instado a falar da
qualidade do edificio, disse que os materiais utilizados na sua construção podem ser de qualidade,
mas o edificio foi construido num local húmido.
Marinho Semedo Tavares, conhecido por
“Catcharo” disse que o edificios construídos nas zonas húmidas desabam por
causa do reaparecimento das águas no local e com tempo isso acaba por
fragilizar a construção.
O funcionário da
Oficina Mecánica, Issa Camará disse que o edificio vinha dando sinais e ficavam
todos fora dos armazéns e os clientes
são atendidos com urgência para não ser apanhados de surpresa.
Questionado sobre o
valor dos materiais perdidos, afirmou que a sua maior preocupação, para além de
ferramentas de manutenção de viaturas, centra-se em duas máquinas de diagnóstico
de bombas engetor que adquiriram recentemente e que custou quase 50 milhões de
francos CFA.
“Nenhum de nós que
arrendaram o edifício, conseguiu tirar algum material”, lamentou, adiantando
que estão a espera para ver se durante o dia de hoje vão poder retirar um ou
outro materiais.
Issa Camará exortou
ao Governo no sentido de lhes prestar algum apoio para que possam reerguer os
seus negócios por forma assegurar as necessidades dos seus familiares.
O funcionário da
Empresa de Jogos de Sorte “ Bissau Games”, Pedro Domingos Baticã disse ter percebido
do desmoronamento do prédio por volta das 16 horas, quando foi a casa de banho.
“Ontem quando fui a
casa de banho havia fendas profundas nas
paredes e ao sair disse aos meus colegas para sairmos no interior do prédio, porque
podia cair a qualquer momento e poucos minutos o tecto caiu e pedi-lhes logo para ficarmos do outro lado da estrada e de
seguida vimos o edificio a desabar”, informou Pedro Domingos Baticã
“Ele sempre nos dizia que estava a espera das orientações do
tio para iniciar com as obras de
requalificação e só ontem que se deu inicio, mas não durou porque o prédio
caiu”, explicou.
Pedro Domingos Baticã
infomou que a queda do prédio causou-lhes danos materiais incalculáveis, porque
tinham no local dois televisores-plamas de 300 mil francos CFA cada e outros materiais.
Tendo em conta a esta
situação, Pedro Domingos Baticã defende uma fiscalização rigorosa das obras não
só de prédios assim como de todas a construções a serem feitas nas zonas húmidas
da parte das autoridades nacionais, sobretudo do Ministério das Obras Públicas,
Habitação e Urbanismo.
Trata-se de um
edificio construído na zona húmida e já tinha sido arrendado e nele funcionavam
serviços comerciais e os inquilinos falam em prejuízos elevados.
Entretanto, o repórter da ANG contactou a Inspeção Geral
do Ministério das Obras Pública, Habitação e Urbanismos, mais sem sucesso.
Recorde-se que, em
setembro de 2019, o desabamento de duas varandas de um prédio de três andares
em Bissau, provocou seis mortos e ferimentos em cinco pessoas.ANG/LPG/ÂC
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