AGOA não
impulsionou economias africanas como se esperava
Bissau, 07 ago 19 (ANG) - O comércio entre os Estados Unidos e a África subsaariana regista um marasmo, não
obstante a lei americana “AGOA” de 2000 visando facilitar a exportação de
produtos africanos para o mercado norte-americano.
Aspecto da Cimeira EUA-África |
A constatação foi feita por uma conferência que encerrou
terça-feira em Abidjan, na Costa do Marfim.
O AGOA ( The African
Growth and Opportunity Act ) implementado pelos Estados Unidos no início deste
século, e em 2015 prorrogado até 2025, estabelece o acesso ao mercado americano
sem tarifas alfandegárias de 6,500 produtos de 39 países africanos, que vão
desde petróleo à bens agrícolas, incluindo têxtiles e artesanato.
Segundo a USAID( Agência Americana para o Desenvolvimento ),
entre 2002 e 2008, no âmbito do AGOA, o comércio entre
os 39 países subsaarianos e os Estados Unidos atingiu um volume de negócios de
100 mil milhões de dólares, mas em 2017 registou uma queda significativa. O
volume de negócios baixou para 39 mil milhões de dólares.
De acordo com os especialistas,o excedente é favorável aos
países africanos, mas a maioria das suas exportações resumem-se ao petróleo e
aos seus derivados, e não a produtos que contribuem com uma mais valia para o
desenvolvimento das economias locais.
A representante-adjunta dos Estados Unidos para o Comércio com a
África, Constance Hamilton, presente em Abidjan no décimo oitavo Forum Agoa,
considerou que o AGOA não se
revelou como o impulsionador de mudanças económicas em África, como se esperava
inicialmente.
Hamilton sublinhou que o AGOA não contribuiu
nomeadamente para a diversificação das economias africanas, que era uma das
metas da lei americana. Sessenta por cento dos produtos africanos exportados
para os Estados Unidos,estão ligados ao sector dos petróleos.
A responsável americana destacou o facto de que o volume de
negócios do AGOA permanece
modesto.
Por exemplo, disse Constance Hamilton, o que os países africanos
exportam anualmente para os Estados Unidos, em matéria de têxtiles, representa,
em volume de negócios, apenas mil milhões de dólares, isto é 1% das importações
americanas em vestuário.
O representante adjunto americano para o Comércio, Curtis
Mahoney, informou que os Estados Unidos estão a elaborar novas iniciativas, de
forma a lançar as bases para o reforço das parcerias no que toca ao comércio e
aos investimentos, com a África.
Mahoney declarou em Abidjan, que o seu governo tenciona associar
as iniciativas americanas à promissora AFCFTA (
African Continental Free Trade Area- Zona Continental Africana de Comércio
Livre ) de modo a incrementar as relações comerciais entre os Estados Unidos e a
África.
Os Estados Unidos, é terceiro parceiro comercial da África,
depois da União Europeia e da China.
De acordo com uma avaliação feita pelo foro de ministros, que
antecedeu a conferência de Abidjan, presidida pelo chefe de Estado da Costa do
Marfim, Alassane Ouattara, apenas 18 dos 39 países definiram uma estratégia
nacional para explorar as vantagens do AGOA.
A décima oitava conferência sobre o African Growth and
Opportunity Act, encerrou na terça-feira.ANG/RFI
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