Bissau,23 Ago 19(ANG)
- O presidente
do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo-verde (PAIGC) considerou
quinta-feira de “pouco séria” a proposta de realização de um novo recenseamento
eleitoral para as eleições presidenciais tendo em conta falta de meios
financeiros.
Domingos Simões Pereira durante o encontro mantido com a missão da
CEDEAO de informação pré-eleitoral garantiu ainda que não vão opor, se outros
partidos políticos entenderam que não se deve fazer correcções das omissões nos
cadernos eleitorais.
“Não só não
apoiamos, como entendemos que é pouco séria essa proposta ou seja, a própria
actualização nos coloca problemas. Ouvimos dizer que a Comissão Nacional de
Eleições apresentou um orçamento de cerca de 5 milhões de dólares para todo o
processo e a realização das eleições em que nenhum parceiro confirmou
disponibilidade de apoiar essa necessidade financeira. Agora imaginemos, se não
tivermos 5 milhões, como é que vamos ter 20 milhões para realização de novo
recenseamento eleitoral? Isso só pode ser de quem não tem pressa de voltar a
normalidade Constitucional”, considerou o
líder dos libertadores.
O
representante do Movimento para a Alternância Democrática (MADEM-G15) Djibril
Baldé afirmou que retiraram a posição de recenseamento de raiz, mas propuseram
uma actualização com a criação de uma plataforma de supervisão.
“ O nosso
partido opôs claramente a essa ideia de correcções de omissões. Para nós é uma
figura que não existe na lei para além disso, é polémica e actores políticos não foram implicados na
preparação do plano operacional apresentado pelo governo (…) a nossa posição
inicial era de se fazer o recenseamento de raiz mas, nós retiramos essa posição
agora nesta reunião com a missão da CEDEAO, mas propomos uma actualização com a
criação de uma plataforma de orientação e supervisão do processo onde esteja os
partidos políticos e demais intervenientes no processo eleitoral”, afirma o porta-voz do Madem G-15.
Por sua
vez, Maria Inácia Sanhá, do Partido da Renovação Social (PRS) disse terem
solicitado a assistência permanente à CEDEAO até se encontrar a modalidade
eficaz para esse processo eleitoral.
“ A posição do PRS é pautar pelo
cumprimento da lei porque sabemos que a modalidade de correcções das omissões
dos dados de recenseamento (proposto pelo governo) não existe na lei guineense,
portanto, solicitamos a assistência da CEDEAO e deve ser permanente desde o
início até ao fim do processo para realmente podemos verificar qual a modalidade
eficiente e eficaz neste nosso caso para podermos sair dessa crise
definitivamente”, afirma para depois realçar que a missão técnica de CEDEAO
lhes informou da impossibilidade de realização de novo recenseamento “
portanto, vamos por aquilo que está na lei que é a actualização de dados não a
correcção das omissões”.
No
entanto, o membro da comissão política da Assembleia do Povo Unido – Partido
Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB) Agostinho da Costa sublinhou que seu
partido defende a utilização dos dados usados nas eleições legislativas de 10
de março, ao invés de correcções das omissões. “ Não é possível a realização de
recenseamento de raiz porque acabamos de sair duma eleição legislativa, mas o
que é certo, pode haver actualização de cadernos eleitorais, não correcção das
omissões como pretende o governo ou seja, se não vamos para actualização dos
cadernos eleitorais, podemos utilizar os dados usados nas eleições
legislativas”, disse Costa.
A
organização sub-regional de informação pré-eleitoral está no país no quadro de
avaliação dos preparativos da próxima eleição presidencial previsto para 24 de
Novembro. ANG/Rádio Sol Mansi
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