Recessão está a caminho com sinais vindos dos EUA e da
Alemanha
Bissau, 22 ago 19 (ANG) - A ameaça de recessão em duas
locomotivas da economia mundial, os Estados Unidos e a Alemanha, foi destaque na imprensa francesa, terça-feira.
O jornal Les Echos relata um estudo que ouviu 226 economistas
americanos: eles avaliam como “provável” a chance de uma recessão acontecer nos
próximos dois anos.
A mudança na política monetária do país, com a queda dos juros
definida pelo Banco Central (FED), pode atrasar o quadro recessivo, mas não
deve evitá-lo. Os economistas defendem a independência completa da instituição
em relação ao Executivo, e mais da metade dos especialistas avaliam como
negativo o fato de o presidente Donald Trump fazer críticas ao Banco Central.
A guerra comercial entre Estados Unidos e China preocupa: apenas
5% dos especialistas ouvidos acredita em um acordo comercial a médio prazo
entre as duas potências. Outro assunto delicado é o Brexit: Les Echos informa
que 40% dos participantes da pesquisa apostam que o Reino Unido deve sair da
União Europeia sem acordo. Com a ascensão ao poder de Boris Johnson, 20% preveem
que a maior chance é que aconteça um “hard Brexit”, ou seja, uma retirada
brusca dos britânicos do mercado comum europeu.
Os especialistas alertam que todo esse contexto vai pesar no
crescimento mundial, que deve desacelerar. O índice não deve ultrapassar 3,2%
neste ano, depois de registrar 3,6% no ano passado, indica o estudo da Nabe, a
Associação Americana de Economistas de Negócios.
Já na Alemanha, quem dá o alerta é o próprio Banco Central
alemão. O jornal Le Figaro informa que um relatório da instituição publicado
nesta segunda-feira (19) afirma que “a economia poderá se contrair de novo no
terceiro trimestre”. Em outras palavras, o país pode estar às portas da
recessão.
A Alemanha sofre com a queda da demanda mundial, já que as
exportações respondem por 40% do PIB alemão. Enquanto o índice de desemprego
permanece baixíssimo, de apenas 3,1%, Berlim não pensa em quebrar a sua regra
de ouro de equilíbrio do orçamento. Mas as pressões internas começam a crescer
para que, se a situação se deteriorar, o governo lance um plano de estimulo
econômico, afirma o diário francês. ANG/RFI
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