Cimeira de
Biarritz terminada com compromissos por validar
Bissau, 27 ago 19 (ANG) - A cimeira do G7 de Biarritz,
no sudoeste de França, terminou oficialmente segunda-feira a tarde com uma
declaração final que segundo o Presidente francês não foi negociada antes do
encontro, mas sim, foi redigida por ele-próprio "na sequência de
discussões" para depois ser distribuída e validada pelos
participantes da cimeira.
Para o Presidente francês, "vai ser
implementada uma fiscalização independente dos compromissos que constam desta
declaração".
De acordo com o conteúdo efectivo da declaração,
acerca do nuclear iraniano, refere-se que os países do G7 "partilham
plenamente dois objectivos; o de fazer com que o Irão nunca possa dotar-se da
arma nuclear e o de favorecer a paz e estabilidade na região",
sendo que ainda esta Segunda-feira o Presidente americano se declarou disposto
a dialogar com o seu homólogo iraniano "sob certas condições".
Relativamente a este dossier, há pouco em entrevista à
televisão pública francesa, Macron considerou que"o que se conseguiu durante este G7 é 1)
baixamos a pressão e isso é importante, 2) houve abertura, cada um dos presidentes
dizendo estar disponível para um encontro sob certas condições e 3) houve
discussões muito técnicas, muito confidenciais com os iranianos, com os
americanos, os britânicos e os alemães e vemos progressivamente quais são as
condições que poderiam ser criadas nas próximas semanas". Ao
referir ainda que daqui por diante "vai haver um trabalho muito técnico,
muito diplomático" o chefe de Estado francês
alertou para a fragilidade do consenso, vincando que "é preciso
ter cuidado". Eis o detalhe das suas declarações.
Para além do Irão, outras questões foram mencionadas
na declaração final. Neste compromisso, foi anunciada a organização em Setembro
de uma cimeira sobre o conflito na Ucrânia juntando este país com a França, a
Rússia e a Alemanha, sendo que na óptica de Emmanuel Macron estão reunidas as
condições para uma cimeira "útil" em torno
desta guerra que provocou a morte de 13 mil pessoas desde 2014.
Relativamente às guerras comerciais envolvendo os
Estados Unidos com várias partes do globo, nomeadamente a China, ficou assente
na declaração final que é necessário "efectuar mudanças profundas na
Organização Mundial do Comércio", sendo que o
Presidente francês anunciou por seu lado ter alcançado um consenso com o seu
homólogo americano em torno das taxas a serem aplicadas pela França sobre os
gingantes americanos da internet. Segundo o compromisso obtido neste G7, os
países membros deste grupo deverão entender-se em 2020 sobre uma taxa a ser
aplicada a nível internacional e, uma vez instaurada esta fiscalidade
multilateral, a França compromete-se a suprimir a sua própria taxa e a "compensar" as
referidas empresas através de reduções de impostos.
Deste compromisso comum, não consta todavia a questão
ambiental, apesar de ter sido um dos pratos fortes do encontro que encerrou com
a promessa de uma ajuda urgente de 20 milhões de Dólares para os países
afectados pelos incêndios na floresta Amazónica. Comentando precisamente a
ausência desta problemática da declaração final, a ONG ambientalista Greenpeace
considerou que "se precisa mais do que palavras para
enfrentar a urgência climática".ANG/RFI
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