Alcançado acordo
para que Giuseppe Conte volte ao poder
Bissau, 29 ago 19 (ANG) - Um acordo político foi
alcançado na Itália com o Partido Democrata (centro esquerda) para formar um
novo governo liderado pelo primeiro-ministro Giuseppe Conte, anunciou quarta-feira (28) o líder do Movimento 5
Estrelas (M5S, antissistema).
A manutenção de Conte, que é ligado ao M5S, "será
uma garantia" para o Movimento, disse Luigi Di Maio, criticando seu
ex-aliado Matteo Salvini (extrema direita) por ter, em 8 de agosto, rompido a
coalizão formada há 14 meses.
Há três semanas a Itália vive uma crise inédita.
Primeiro, pela decisão de Matteo Salvini, líder da Liga (extrema-direita), de
romper a coligação de governo que formava com o M5S. Depois, em 20 de agosto,
aconteceu a renúncia do primeiro-ministro Giuseppe Conte, que acusou Salvini de
"priorizar seus interesses eleitorais" ao invés dos interesses do
país.
Salvini tentava impor eleições antecipadas, convicto
de que sairia eleito. Ele tinha intenções de voto de 36-38%, que agora caíram
para 31-33%.
O presidente Mattarella iniciou na terça-feira (27)
uma segunda rodada de consultas com a classe política.
A ideia de uma aliança entre PD e M5S foi apresentada
pelo ex-primeiro-ministro Matteo Renzi, que governou a Itália entre fevereiro
de 2013 e dezembro de 2016. A aliança tem como objetivos básicos de reduzir o
número de parlamentares e estabelecer um orçamento de 2020 capaz de evitar o
aumento do IVA (Imposto sobre Valor Agregado), muito prejudicial para os
consumidores.
Desde então, o projeto cresceu e passou a incluir
propostas dos dois lados para estimular o apático crescimento econômico italiano
com uma atenção especial aos desfavorecidos e ao meio ambiente, assim como com
medidas de austeridade no Parlamento.
Contra todos os prognósticos, o presidente americano
Donald Trump expressou apoio a Conte, que chamou de "homem de muito
talento" e que "representou a Itália com força no G7".
Um ponto de interrogação diz respeito à atribuição de
ministérios, sobre os quais o M5S pretende pesar em vista de sua maioria
relativa no Parlamento a partir das eleições legislativas de 2018. Em
contrapartida à aprovação do nome de Conte, segundo a imprensa, o PD teria
solicitado ministério importantes, como Economia e Relações Exteriores.
Outro ponto de interrogação é o destino do vice-primeiro-ministro Di Maio,
laminado midiaticamente por Salvini em 14 meses de aliança, e muito
enfraquecido na crise atual.
Salvini zombou de um governo que será "refém dos
caçadores ministeriais de carteiras". Mas a formação desta maioria é um
revés pungente para o antigo homem forte do governo.
Ele denunciou um governo "formado nas indicações
de Paris, Berlim e Bruxelas". "O único cimento que une o PD e as 5
estrelas é o ódio pela Liga, o primeiro partido na Itália", disse ele.
"Sinto que há um objetivo que vem de longe, que
não vem da Itália, de entregar o país e as empresas a potências que não são
italianas, o que seria uma falta de respeito com os italianos ", disse ele
a repórteres após se encontrar com o presidente Mattarella. ANG/RFI/AFP
Sem comentários:
Enviar um comentário