Bissau,13
Nov 19(ANG) - O Conselho de Segurança da ONU felicitou as forças de defesa e
segurança por não interferirem nas questões políticas.
"Os
membros do Conselho de Segurança manifestaram profunda preocupação com a
contínua crise política e institucional e reafirmaram o seu total apoio à
legitimidade do Governo do primeiro-ministro Aristides Gomes, responsável pela
organização das eleições presidenciais em 24 de novembro de 2019", refere
uma nota enviada à imprensa datada de terça-feira.
O
Conselho de Segurança esteve reunido na segunda-feira ao final do dia à porta
fechada para analisar a evolução da situação política no país.
"Os
membros do Conselho de Segurança congratularam-se com a não interferência das
forças de defesa e segurança da Guiné-Bissau e os instaram-nas a manter essa
postura durante e depois do processo eleitoral e político", pode ler-se no
comunicado.
O
Conselho de Segurança destacou também o papel da Comunidade Económica dos
Estados da África Ocidental (CEDEAO), que decidiu numa cimeira extraordinária,
realizada no Níger na semana passada, reforçar a presença da força de
interposição (Ecomib) e enviar, no sábado, uma missão de chefes de Estado ao
país.
Na nota à
imprensa, o Conselho de Segurança pede aos atores políticos para trabalharem
juntos para a realização das eleições presidenciais e reiteram a sua
"profunda preocupação com o grave problema do tráfico de drogas na
Guiné-Bissau" e com o seu impacto na "vida política do país,
contribuindo para alimentar o conflito subjacente".
"Os
membros do Conselho de Segurança lembraram todos os intervenientes que irão
considerar tomar as medidas apropriadas contra aqueles que comprometem a
estabilidade na Guiné-Bissau", conclui a nota à imprensa sobre o encontro.
A
Guiné-Bissau realiza eleições presidenciais em 24 de novembro num momento de tensão
política, depois de o Presidente ter demitido o Governo de Aristides Gomes,
saído das legislativas de 10 de março, e nomeado um outro liderado por Faustino
Imbali.
Grande
parte da comunidade internacional opôs-se a estas decisões e a CEDEAO exigiu a demissão
de Imbali, sob pena de impor "pesadas sanções" aos responsáveis pela
instabilidade política.
Imbali
acabou por se demitir na sexta-feira, pouco antes de serem conhecidas as
decisões dos chefes de Estado da CEDEAO, que decidiram reforçar a presença da
força de interposição Ecomib no país e advertir o Presidente guineense, José
Mário Vaz, de que qualquer tentativa de usar as forças armadas para impor um
ato ilegal será "considerada um golpe de Estado".
No sábado,
chegam a Bissau seis chefes de Estado da CEDEAO para dar a conhecer as decisões
da cimeira ao Presidente cessante José Mário Vaz e avaliar a situação no país. ANG/Lusa
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