quarta-feira, 13 de novembro de 2019

Pescas


            ANAPA nega que haja falta de peixe de qualidade no mercado

Bissau 13 Nov 19 (ANG) – O Presidente da Associação Nacional de Pescadores Artesanais(ANAPA), disse não corresponder a verdade informações segundo as quais há falta de peixe de qualidade no mercado.
Augusto Djú

Em entrevista exclusiva à ANG, Augusto Djú disse que há peixe no mercado, mas que o  problema se reside na falta de poder de compra da parte das populações guineenses.

Djú sustenta   que as Nações Unidas estima que a maioria dos guineenses vive com 1 dólar por dia, o que corresponde a 650 euros. Acrescenta que o Porto de Bissau é dos mais longe da zona de faina em toda a sub-região, com rios profundos .

"É fácil dizer que que não há peixe. Os peixes também são animais e não fixam num determinado sítio, têm  períodos em que se agrupam num determinado lugar, mas mudam de um local para outro dependendo de período," disse Djú.

Para ele,  outro fator que condiciona o preço do  pescado é a época chuvosa, “porque muitos peixes não querem água doce”( tainha e bagre), e também porque a maioria dos pescadores é  camponesa, vão a lavoura e suas canoas são de remo de modo que nessa época não conseguem  entrar no mar.

Acrescentou  que, para além da situação da chuva, também contribuiu para a elevação do custo do pescado,os custos dos materiais de pesca, nomeadamente, o óleo de motor, cujo o preço varia de três mil à 5.100 francos cfa, dependendo da qualidade.

Aquele responsável disse ainda que , o gelo de conservação do pescado custa 50 francos cada kg, no total 3000 francos por saco, o que considera ser  “muito caro” para os pescadores.
Afirmou que, a título de exemplo, só para ir  pescar na ilha de Onhocum no Arquipélago dos Bijagós,   são sete horas de tempo de percurso e que as pirogas consomem 100 litros de combustível ,que custam 65  à 67 mil francos, ida e volta, totalizam 210 mil francos, só em gasolina.

Acrescenta que o selo de imposto que era adquirido à 3.000fcfa sobre o valor passou para 50.000 mil francos mensal com o actual governo.   

"O que  também faz com que os pescadores, na maioria das vezes, voltam para a terra sem peixes, é a limitação da zona de pesca que o governo introduziu”,afirmou.

Augusto Djú sublinhou que o governo criou Parques e proibiu pescas nessas zonas, ditando a regra de que só os filhos da zona podem pescar nessas localidades, mas  em determinado período.

Declarou que, as vezes só se consegue peixe numa pequena zona,  fazendo os cálculos, os pescadores tiram poucos rendimentos e não conseguem recuperar as despesas com os materiais de pesca.

Disse que, terminado o período chuvoso,  haverá peixe em abundância, acrescentando que, entre  Maio e Abril, o governo  deve adquirir barcos para a pesca porque as grandes capturas de pescado dependem de meios.

O presidente da Associação Nacional de Pescadores Artesanais apela ao governo para criar um fundo para o sector da pesca artesanal.

Vendedeiras de peixes se queixaram terça-feira em declarações à ANG que enfrentam actualmente grandes dificuldades na comercialização de peixe devido a falta de peixe de qualidade no mercado nacional. Sustentaram que são obrigadas a se deslocar ao Senegal para comprar peixes que depois revendem em Bissau.ANG/MI/ÂC//SG  

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