quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

Sublevação militar/Presidente da República qualifica o acto de “atentado contra a democracia”

Bissau,02 Fev 22(ANG) – O Presidente da República Umaro Sissoco Embalo, qualificou o ataque de terça-feira ao palácio do Governo, onde decorria o Conselho de Ministros de um atentado contra a democracia.

“Somos das pessoas que acreditam em Deus e foi Deus quem salvou-nos. Em plena reunião do Conselho de Ministros, ninguém pode imaginar o que o Presidente da República, na qualidade de Comandante Supremo das Forças Armadas e o Primeiro Ministro e todos os membros do Governo surprendidos com tiros de armas de artilharia pesada e matradora AK-47”, explicou Umaro Sissoco Embaló aos jornalistas, na noite de terça-feira, no Palácio da República.

O chefe de Estado disse que foi um tiroteio que decorreu cinco horas de tempo antes das  Forças Armadas Republicanas pudessem resgatá-lo e aos restantes membros do Governo.

“Apelo a população em geral para manterem serenos e que as nossas Forças Repúblicanas e de Defesa e Segurança conseguiram estancar o  eixo de mal perpetrados pelas pessoas que fizeram um atentado contra a democracia”, salientou.

Umaro Sissoco Embalo disse que o poder é das coisas que se procura nas urnas e por isso, com esse atentado a Guiné-Bissau está de luto, porque existem filhos deste país que perderam vidas, por causa de ambição de duas ou três pessoas e que entendem que este povo não tem direito de viver em paz.

“A mim custa acreditar  que podiamos chegar à esse ponto, ou seja que os filhos deste país podiam fazer mais um acto de violência. Foi um acto de violência que ninguém pode imaginar”, lamentou.

O Presidente da República disse que preferia que as pessoas se dirigissem à ele para um diálogo, para se analisar os mecanismos para se  ultrapassar as contendas, porque,  não vai ficar, eternamente, como Presidente da República,  e salienta que foi eleito pela confiança do Povo Guineense.

“Peço a comunidade internacional para continuarem a apoiar a Guiné-Bissau e para o Povo guineense manter sereno. As nossas Forças de Defesa e Segurança estão de parabens porque, de facto, foi um acto muito bem preparado e organizado”, afirmou.

Umaro Sissoco Embaló disse que o acto não foi perpetrado apenas pelos militares, mas que  contou com a conivência que tem haver com o combate contra ao narcotráfico que tem levado a cabo e que muitas pessoas estão sob a investigação.

“Sempre tive a noção do preço que se paga por esse combate ao narcotráfico, mas a nossa luta vai continuar. E sempre afirmei que só Deus é que sabe quando vai-me tirar do poder e a minha responsablidade é com Deus”, frisou.

Perguntado sobre se há ou não mortos, Umaro Sissoco Embalo disse que houve muitos mortos de um lado e doutro, mas que  desconhecia  o número exacto, porque eles estavam sob fogo cruzado durante cinco horas.

Questionado ainda se já conhece as caras do atentado, o chefe de Estado disse que não, frisando contudo que é uma coisa muito bem preparada e concertada, acrescentando que não quer avançar mais pormenores para não complicar as investigações.

A imprensa guineense fala de duas mortes, e que um deles era um agente de segurança afeto a  Presidência do Conselho e Ministros, cujo o cadáver foi visto nas portas desta instituição, nas fotos publicadas nas redes sociais.

Segundo a agência portuguesa Lusa, que cita fonte governamental, militares entraram cerca das 17:20 no palácio do Governo e ordenaram a saída dos governantes que estavam no edifício, na reunião extraoridinária do Conselho de Ministros que decorria soba pressidência de Umaro Sissoco Embaló.

Ainda segundo a Lusa que cita fontes militares, pelo menos seis pessoas morreram no tiroteio ocorrido no Palácio do Governo durante a tentativa de golpe de Estado.

ANG/ÂC//SG

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