Gravidez
na adolescência na agenda internacional
Bissau, 12 Jul. 13 (ANG) – O
Ministro da Economia e Integração Regional considerou o dia mundial da
população, assinalado quinta-feira, ocasião propícia para que toda a gente
possa reflectir-se sobre a busca de soluções para os problemas que afectam as
adolescentes.
Soares Sambú que falava no
acto comemorativo do 11 de Julho, na cidade de Buba, Sul do país, sob o lema “Gravidez
na Adolescência” referiu que milhares de adolescentes no mundo são retiradas
das escolas muito cedo, e submetidas a violações sexuais e práticas obscuras.
Para o Ministro, a escolha
do lema significa o renovar de engajamentos já assumidos relativos a protecção
das adolescentes.
“Ou seja, ao criarmos
condições para disponibilização e utilização correcta dos métodos
contraceptivos, diminuímos as gravidezes indesejadas nas adolescentes e jovens”,
exemplificou.
Prevenir-se contra o
casamento forçado das crianças significa para Soares Sambú, contribuir para a redução
dos riscos de infecção pelo HIV/SIDA, assim como a mortalidade materna.
Este governante defende a
educação das raparigas como forma de contribuir para a sua boa saúde e melhor instrução
sobre os seus direitos.
Segundo o MEIR, a aprovação
na Assembleia Nacional Popular de leis sobre a violência baseada no género e
adopção da política nacional para igualdade e equidade de género, apesar de
ainda faltar a conclusão do seu plano de acção, e a elaboração, em curso, da política
nacional da juventude, são algumas das realizações do governo com vista a
resolver alguns dos problemas que afectam os adolescentes.
Na mesma ocasião, José Ramos
Horta, representante do Secretário-geral da ONU na Guiné-Bissau afirmou,
referindo-se a uma mensagem de Ban-Ki-Moon alusiva a efeméride, que cerca de 16
milhões de meninas adolescentes que dão luz anualmente nunca tiveram a
oportunidade de planear a gravidez.
“Complicações ligadas a gravidez e ao parto
são as causas de doenças graves como a Fístula Obstétrica, de que sofrem as
jovens grávidas que também enfrentam lesões e morte por causa do aborto
inseguro”, afirma o prémio Nobel de Paz.
O Secretario Geral da ONU
defende a necessidade de escolarização das raparigas, proporcionar-lhes uma
educação sexual mais abrangente, de forma a atrasar o seu casamento e
consequente gravidez.
Na Guiné-Bissau, segundo
dados do MICS 2010, 30 por cento das mulheres de 15 à 19 anos já tiveram uma
vida sexual, 25 por cento já tiveram filhos nascidos vivos, cinco por cento
estão grávidas e três tiveram filhos antes dos 15 anos.
A necessidade de fornecer
serviços completos de saúde sexual e reprodutiva, nomeadamente o planeamento
familiar, a prevenção e tratamento de infecções sexualmente transmissíveis,
incluindo o HIV, são algumas das soluções apontadas por Ban-Ki-Moon para
resolver o dilema das adolescentes.
Entretanto, o Director
Executivo do Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA), Babatunde
Osotimehin relacionou a gravidez na adolescência à pobreza, desigualdade entre
os sexos, violência e falha nos sistemas e instituições que devem velar para a
protecção dos direitos das meninas.
Na sua mensagem lida pela
representante residente do UNFPA na Guiné-Bissau, Violet Kakyomya, Osotimehin
advoga como condições para acabar com gravidez nas adolescentes, a assumpção pelas
nações, comunidades e indivíduos, do compromisso de investir nas meninas
adolescentes, quer em países desenvolvidos como nos em vias de desenvolvimento.
“Os governos devem promulgar
e aplicar leis que a nível nacional fixem os 18 anos como idade mínima de
casamento e promover iniciativas comunitárias para melhorar a protecção dos
direitos das crianças”, diz o Director Executivo do UNFPA.
A cerimónia, em que se
apresentou encenações teatrais relacionadas ao lema, foi antecedida de um
torneio de futebol feminino no qual se disputaram os sectores da região de
Quinara e que foi ganho pela cidade de Buba, que bateu no final o sector de
Empada por 2-0.
ANG/JAM
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