sexta-feira, 12 de julho de 2013

11 de Julho

Gravidez na adolescência na agenda internacional

Bissau, 12 Jul. 13 (ANG) – O Ministro da Economia e Integração Regional considerou o dia mundial da população, assinalado quinta-feira, ocasião propícia para que toda a gente possa reflectir-se sobre a busca de soluções para os problemas que afectam as adolescentes.

Soares Sambú que falava no acto comemorativo do 11 de Julho, na cidade de Buba, Sul do país, sob o lema “Gravidez na Adolescência” referiu que milhares de adolescentes no mundo são retiradas das escolas muito cedo, e submetidas a violações sexuais e práticas obscuras.

Para o Ministro, a escolha do lema significa o renovar de engajamentos já assumidos relativos a protecção das adolescentes.

“Ou seja, ao criarmos condições para disponibilização e utilização correcta dos métodos contraceptivos, diminuímos as gravidezes indesejadas nas adolescentes e jovens”, exemplificou.

Prevenir-se contra o casamento forçado das crianças significa para Soares Sambú, contribuir para a redução dos riscos de infecção pelo HIV/SIDA, assim como a mortalidade materna.

Este governante defende a educação das raparigas como forma de contribuir para a sua boa saúde e melhor instrução sobre os seus direitos.

Segundo o MEIR, a aprovação na Assembleia Nacional Popular de leis sobre a violência baseada no género e adopção da política nacional para igualdade e equidade de género, apesar de ainda faltar a conclusão do seu plano de acção, e a elaboração, em curso, da política nacional da juventude, são algumas das realizações do governo com vista a resolver alguns dos problemas que afectam os adolescentes.

Na mesma ocasião, José Ramos Horta, representante do Secretário-geral da ONU na Guiné-Bissau afirmou, referindo-se a uma mensagem de Ban-Ki-Moon alusiva a efeméride, que cerca de 16 milhões de meninas adolescentes que dão luz anualmente nunca tiveram a oportunidade de planear a gravidez.

 “Complicações ligadas a gravidez e ao parto são as causas de doenças graves como a Fístula Obstétrica, de que sofrem as jovens grávidas que também enfrentam lesões e morte por causa do aborto inseguro”, afirma o prémio Nobel de Paz.

O Secretario Geral da ONU defende a necessidade de escolarização das raparigas, proporcionar-lhes uma educação sexual mais abrangente, de forma a atrasar o seu casamento e consequente gravidez.

Na Guiné-Bissau, segundo dados do MICS 2010, 30 por cento das mulheres de 15 à 19 anos já tiveram uma vida sexual, 25 por cento já tiveram filhos nascidos vivos, cinco por cento estão grávidas e três tiveram filhos antes dos 15 anos.

A necessidade de fornecer serviços completos de saúde sexual e reprodutiva, nomeadamente o planeamento familiar, a prevenção e tratamento de infecções sexualmente transmissíveis, incluindo o HIV, são algumas das soluções apontadas por Ban-Ki-Moon para resolver o dilema das adolescentes.

Entretanto, o Director Executivo do Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA), Babatunde Osotimehin relacionou a gravidez na adolescência à pobreza, desigualdade entre os sexos, violência e falha nos sistemas e instituições que devem velar para a protecção dos direitos das meninas.

Na sua mensagem lida pela representante residente do UNFPA na Guiné-Bissau, Violet Kakyomya, Osotimehin advoga como condições para acabar com gravidez nas adolescentes, a assumpção pelas nações, comunidades e indivíduos, do compromisso de investir nas meninas adolescentes, quer em países desenvolvidos como nos em vias de desenvolvimento.

“Os governos devem promulgar e aplicar leis que a nível nacional fixem os 18 anos como idade mínima de casamento e promover iniciativas comunitárias para melhorar a protecção dos direitos das crianças”, diz o Director Executivo do UNFPA.

A cerimónia, em que se apresentou encenações teatrais relacionadas ao lema, foi antecedida de um torneio de futebol feminino no qual se disputaram os sectores da região de Quinara e que foi ganho pela cidade de Buba, que bateu no final o sector de Empada por 2-0.



ANG/JAM



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