terça-feira, 16 de julho de 2013

ANG

Eleições gerais: ONU defende recenseamento manual com inovação

Bissau, 16 Jul 13 (ANG) - O Representante do Secretário-Geral das Nações Unidas na Guiné-Bissau defendeu esta segunda-feira o recenseamento manual com algumas inovações, nomeadamente a introdução de fotografia e o número de referência no cartão de eleitor  para evitar eventuais irregularidades no escrutínio de 24 de Novembro próximo.

Ramos Horta que falava aos jornalistas na presença do Conselheiro Sénior da Divisão de Assistência Eleitoral do Departamento dos Assuntos Políticos da ONU, Akinyemi Adegbola, considera inoportuno o recenseamento bio métrico nestas eleições, por ser um sistema extremamente moroso e oneroso para o país neste momento.

Disse que, na sequência da avaliação feita pela missão técnica das Nações Unidas e pela sua própria constatação no terreno, acredita que será possível realizar eleições no dia 24 de Novembro do ano em curso, “porque há vontade política dos principais actores do processo”.

“ Em relação  ao sistema bio métrico é também a constatação da missão técnica e de muitos outros especialistas na área que seria extremamente moroso e oneroso para o país e para os possíveis parceiros que o financiarão. É um método ou sistema desejável mas a sua implementação deve ser a médio e longo prazo dentro de toda  a estratégia de reformas e modernização do Estado”, defendeu.

Ramos Horta garante que as Nações Unidas farão todo o possível para apoiar os esforços de modernização da Administração Pública  guineense, mas ressalvou que isso  só acontecerá depois das eleições e num período de dois ou três anos, para permitir a mobilização dos recursos necessários a sua implementação.

Segundo Ramos Horta, o Sistema bio métrico faz parte deste processo, mas para introduzi-lo  neste período de transição, com o tempo muito limitado, pode, na realidade, afectar o cumprimento do calendário eleitoral.

Apesar das divergências de opiniões a volta do assunto, o Representante da UNIOGBIS considera que quase já existe um consenso, porque o Presidente da República de Transição, o Primeiro-Ministro, os partidos políticos não fazem grande questão em relação ao recenseamento bio métrico.

“ Nós propomos algum sistema manual mais refinado com mais garantias para satisfazer as preocupações dos partidos onde serão introduzidas a fotografia mais o número de referência no cartão do eleitor. Isto já em si dá mais garantias”.

Na opinião de Ramos Horta, as próximas eleições gerais não devem ser factor de divisão entre os guineenses ou de rivalidade, mas sim um esforço de unir os guineenses nos próximos anos, de reorganizar o país, dinamizar a sua economia, consolidar a paz e a estabilidade.

“ Não deve haver essa cultura de vencedores e perdedores. O acordo entre o PAIGC e  PRS que deu origem ao Governo inclusivo já é um teste para os guineenses. Portanto, não é muito necessário o nervosismo em relação as próximas eleições porque não vai haver perdedores”.

Ramos Horta destacou o compromisso assumido pelos partidos segundo o qual, após o anúncio dos resultados eleitorais começarão logo o processo de negociações como aconteceu recentemente, para formar um grande Governo para o futuro do país.

O Conselheiro Sénior da Divisão de Assistência Eleitoral do Departamento dos Assuntos Políticos da ONU, Akinyemi Adegbola, disse que após esta avaliação vão produzir um relatório e submeter aos parceiros com a finalidade de angariar apoios para a realização das eleições gerais.


Da parte de ONU, Akinyemi Adegbola garantiu assistência técnica em matéria de eleições a CNE e ao GTAP (Gabinete Técnico de Apoio Eleitoral) e pediu aos principais actores do processos para concentrarem esforços na realização do escrutínio para permitir o país voltar a normalidade constitucional. 

ANG/AMS     

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