Eleições gerais: ONU defende recenseamento manual com
inovação
Bissau, 16 Jul 13 (ANG) - O Representante do Secretário-Geral das Nações Unidas
na Guiné-Bissau defendeu esta segunda-feira o recenseamento manual com algumas
inovações, nomeadamente a introdução de fotografia e o número de referência no
cartão de eleitor para evitar eventuais irregularidades
no escrutínio de 24 de Novembro próximo.
Ramos Horta que falava aos jornalistas na presença do
Conselheiro Sénior da Divisão de Assistência Eleitoral do Departamento dos
Assuntos Políticos da ONU, Akinyemi Adegbola, considera inoportuno o
recenseamento bio métrico nestas eleições, por ser um sistema extremamente
moroso e oneroso para o país neste momento.
Disse que, na sequência da avaliação feita pela missão técnica
das Nações Unidas e pela sua própria constatação no terreno, acredita que será
possível realizar eleições no dia 24 de Novembro do ano em curso, “porque há
vontade política dos principais actores do processo”.
“ Em relação ao
sistema bio métrico é também a constatação da missão técnica e de muitos outros
especialistas na área que seria extremamente moroso e oneroso para o país e
para os possíveis parceiros que o financiarão. É um método ou sistema desejável
mas a sua implementação deve ser a médio e longo prazo dentro de toda a estratégia de reformas e modernização do
Estado”, defendeu.
Ramos Horta garante que as Nações Unidas farão todo o possível
para apoiar os esforços de modernização da Administração Pública guineense, mas ressalvou que isso só acontecerá depois das eleições e num
período de dois ou três anos, para permitir a mobilização dos recursos
necessários a sua implementação.
Segundo Ramos Horta, o Sistema bio métrico faz parte deste
processo, mas para introduzi-lo neste
período de transição, com o tempo muito limitado, pode, na realidade, afectar o
cumprimento do calendário eleitoral.
Apesar das divergências de opiniões a volta do assunto, o
Representante da UNIOGBIS considera que quase já existe um consenso, porque o
Presidente da República de Transição, o Primeiro-Ministro, os partidos
políticos não fazem grande questão em relação ao recenseamento bio métrico.
“ Nós propomos algum sistema manual mais refinado com mais
garantias para satisfazer as preocupações dos partidos onde serão introduzidas
a fotografia mais o número de referência no cartão do eleitor. Isto já em si dá
mais garantias”.
Na opinião de Ramos Horta, as próximas eleições gerais não devem
ser factor de divisão entre os guineenses ou de rivalidade, mas sim um esforço
de unir os guineenses nos próximos anos, de reorganizar o país, dinamizar a sua
economia, consolidar a paz e a estabilidade.
“ Não deve haver essa cultura de vencedores e perdedores. O
acordo entre o PAIGC e PRS que deu
origem ao Governo inclusivo já é um teste para os guineenses. Portanto, não é
muito necessário o nervosismo em relação as próximas eleições porque não vai
haver perdedores”.
Ramos Horta destacou o compromisso assumido pelos partidos segundo
o qual, após o anúncio dos resultados eleitorais começarão logo o processo de
negociações como aconteceu recentemente, para formar um grande Governo para o
futuro do país.
O Conselheiro Sénior da Divisão de Assistência Eleitoral do
Departamento dos Assuntos Políticos da ONU, Akinyemi Adegbola, disse que após
esta avaliação vão produzir um relatório e submeter aos parceiros com a
finalidade de angariar apoios para a realização das eleições gerais.
Da parte de ONU, Akinyemi Adegbola garantiu assistência
técnica em matéria de eleições a CNE e ao GTAP (Gabinete Técnico de Apoio
Eleitoral) e pediu aos principais actores do processos para concentrarem
esforços na realização do escrutínio para permitir o país voltar a normalidade
constitucional.
ANG/AMS
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