Simonovic
recomenda combate a impunidade na Guiné-Bissau
Bissau,
12 Jul. 13 (ANG) - O Secretário-Geral adjunto da ONU para os Direitos Humanos,
Ivan Simonovic, terminou a sua visita a Bissau recomendado as autoridades
guineenses o combate a impunidade no país.
“A
não responsabilização pelos crimes cometidos terá como efeito o incentivo a
novos crimes no futuro”, advertiu Simonovic esta
quinta-feira em conferência de imprensa que marcou o fim de sua visita de três
dias. Ivan Simonovic recomendou ainda as autoridades de Transição a conclusão das
investigações dos casos de crimes e de outras violências contra os políticos e
membros da sociedade civil.
Considerou que os esforços
levados a cabo para o combate a impunidade desde 2004 e a aprovação da Lei de
Amnistia em 2008 não trouxeram os resultados esperados.
“O número de violações dos
Direitos Humanos aumentou desde a promulgação da referida lei, incluindo após o
golpe de Estado em 2012 e contribuiu ainda mais para a cultura de impunidade na
Guiné-Bissau”, reiterou.
Numa referência aos assassínios de Nino Vieira
e Tagme na Waie, em 2009, Simonovic acrescentou que “não podem ocorrer num país
assassínios de um Presidente da República e do Chefe de Estado-maior General das
Forças Armada sem que houvesse uma investigação”.
Ivan Simonovic sublinhou que nenhuma amnistia
pode ilibar um indivíduo de crime contra a humanidade ou tráfico de drogas.
Em relação aos direitos
económicos e sociais, este número dois da ONU para os Direitos Humanos fez um
diagnostico negativo do sistema de ensino que, conforme disse, pode pôr em
causa o futuro do país.
Falando de sua visita ao
Hospital Nacional Simão Mendes, Ivan Simonovic disse encontrar neste principal
estabelecimento sanitário do país, equipamentos e reservas de medicamentos
básicos insuficientes, tendo constatado na pediatria situações de crianças
doentes a partilharem as mesmas camas.
Para Simonovic, essas
situações devem-se a cíclica instabilidade política e a corrupção no país.
“Se os recursos naturais
fossem empregues de forma mais eficiente e se o apoio internacional, suspenso
após o golpe, pudesse ser restabelecido, as necessidades imediatas de educação
e de saúde poderiam ser abordadas de forma mais adequada”, rematou.
Sobre as eleições gerais
marcadas para 24 de Novembro deste ano, Ivan Simonovic garante que as Nações
Unidas vão apoiar o processo, mas disse que recomendou as autoridades de
transição a garantirem as liberdades de expressão, de reunião e de manifestação
aos actores políticos e a sociedade civil antes, durante e depois do
escrutínio.
Durante a sua estada na
Guiné-Bissau, para além do Presidente da República e do Primeiro-ministro de
Transição, o Secretário-geral Adjunto das Nações Unidas para os Direitos
Humanos, manteve igualmente encontros de trabalho com os Ministros dos Negócios
Estrangeiros, da Justiça e do Interior e com representantes das organizações da
sociedade civil, com destaque para a Liga Guineense dos Direitos Humanos.
FIM/QC
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