União Africana/Chefe de Estado do Senegal eleito presidente e condena golpes de estado
Bissau, 07 Fev 22(ANG) – O Chefe de Estado do Senegal, eleito sábado presidente da União Africana, numa cimeira em Adis Abeba, considera os golpes de Estado em África um “grande ataque à democracia e à estabilidade institucional no continente”.
“Os
Chefes de Estado e de Governo da União Africana (UA) elegeram sábado o Presidente
do Senegal, Macky Sall, como o novo presidente da União Africana para o ano
2022”, lê-se num comunicado emitido pela
organização, que representa 55 Estados africanos.
De
acordo com a mesma nota, no seu no seu discurso de aceitação, Macky Sall referiu-se
às crises mais recentes do continente e afirmou: “Não esqueço o ressurgimento
do fenómeno dos golpes de Estado, que constitui um grande ataque à democracia e
à estabilidade institucional no continente”,
Isto
numa alusão aos golpes de Estado que ocorreram no Mali, Burkina Faso,
Guiné-Conacri e à mais recente tentativa na Guiné-Bissau.
A
eleição de Macky Sall decorreu durante a 35.ª Sessão Ordinária da Assembleia da
União, que se realiza presencialmente na sede da UA, em Adis Abeba, Etiópia,
sob o tema “Reforçar a Resiliência na Nutrição e Segurança Alimentar no
Continente Africano”: Reforço dos Sistemas Agro-alimentares, Saúde e Protecção
Social para a Aceleração do Desenvolvimento Humano, Social e Económico”,
adianta a nota.
O
Presidente Macky Sall sucede na presidência rotativa da UA a Felix Antoine
Tshisekedi Tshilombo, Presidente da República Democrática do Congo (RDCongo),
que concluiu o seu mandato para o ano de
2021.
A
eleição do novo líder rotativo da UA, bem como a assembleia, ocorreram na sessão
da abertura oficial da 35.ª Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da UA, na
presença do presidente da Comissão da UA, Moussa Faki Mahamat, da
vice-presidente da Comissão da UA, Monique Nsanzabaganwa, de representantes das
Nações Unidas e da Comissão Económica Regional, entre outros dignitários e
convidados e responsáveis da UA.
A
composição da nova mesa da Assembleia dos Chefes de Estado e de Governo da
União Africana para 2022, tal como apresentada pelo decano do Comité de
Representantes Permanentes (PRC), é a seguinte: o Presidente da União Africana
(UA), é o cargo ocupado pelo Presidente da República do Senegal, (região da
África Ocidental). Para o cargo de primeiro Vice-Presidente da União as
consultas ainda estão em curso. Já o relator será da RDCongo – (região da
África Central), o segundo Vice-Presidente é da Líbia, (Região Norte); e o
terceiro Vice-Presidente de Angola, (Região Sul) do continente africano
No
seu discurso final, o Presidente Felix- Antoine Tshisekedi desejou ao sucessor
“uma presidência bem-sucedida e agradeceu aos chefes dos Estados-membros da UA,
bem como ao gabinete da UA, o apoio prestado durante o seu mandato.
Um
mandato que considerou “marcado pela crise sanitária que prevalece, causada
pela pandemia de covid-19”.
O
Presidente da RDCongo salientou ainda assim “algumas das realizações” sob a sua
presidência da União, “nomeadamente, o empoderamento económico das mulheres e
dos jovens, o reforço da democracia e da boa governação, entre outros programas
de desenvolvimento no âmbito da Agenda 2063”, segundo o comunicado.
Além
disso, sublinhou “as iniciativas empreendidas sob a sua liderança para
enfrentar os desafios da pandemia”.
No
seu discurso de aceitação, o Presidente do Senegal, Macky Sall, disse “apreciar
a honra, aliada à responsabilidade e confiança investidas na sua pessoa, e nos
membros da nova mesa, de liderar o destino da organização durante o próximo
ano”.
“Agradeço-vos
e asseguro-vos do nosso compromisso de trabalhar em conjunto com todos os
países membros no exercício do nosso mandato”, afirmou o novo Presidente da
União.
Macky
Sall prestou homenagem aos fundadores da Organização e sublinhou: “Seis décadas
depois, a sua visão luminosa continua a inspirar a nossa convivência e a
iluminar a nossa marcha unida em direção ao ideal da integração africana”.
“É
precisamente neste espírito pan-africano que o Presidente Léopold Sédar Senghor
tinha proposto, na cimeira da OUA de julho de 1964, estabelecer ‘uma autoridade
política e moral permanente da Conferência de Chefes de Estado e de Governo’
para dar um impulso de alto nível à gestão dos assuntos do continente”,
recordou.
O
recém-eleito Presidente da União manifestou o seu apreço pelos consideráveis
esforços dedicados ao serviço do continente africano realizados pelo seu antecessor
e realçou: “Ao celebrar este ano o seu 20.º aniversário, a nossa União pode
orgulhar-se dos progressos realizados no âmbito de grandes iniciativas como a
NEPAD, PIDA, APRM, Vision 2063, a reforma institucional, a Grande Muralha
Verde, a AfCFTA e, mais recentemente, a nossa resposta coordenada à pandemia de
covid-19”.
“Ao
mesmo tempo, os nossos desafios continuam a ser numerosos e prementes;
nomeadamente nos domínios da paz e da segurança, da luta contra o terrorismo,
da proteção ambiental, da saúde e do desenvolvimento económico e social”,
salientou.
ANG/Inforpress/Lusa
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