Presidente Nyusi anuncia
acordo de paz
Bissau, 01 ago 19 (ANG) - O Presidente moçambicano,
Filipe Nyusi, disse que vai assinar, esta quinta-feira, com o líder da Renamo,
Ossufo Momade, o acordo para a cessação definitiva das hostilidades
militares.
O anúncio foi feito quarta-feira na Assembleia da
República, durante o Informe Anual do Presidente da República. Filipe
Nyusi disse que vai assinar o acordo
para a cessação definitiva das hostilidades militares com o líder da Renamo,
Ossufo Momade, na serra da Gorongosa, província de Sofala, no centro de
Moçambique.
O chefe de Estado adiantou que o acordo prevê o fim
formal dos confrontos entre as Forças de Defesa e Segurança e o braço armado da
Renamo, principal partido da oposição.
O acordo impõe limites na actuação das forças
governamentais e dos guerrilheiros da Renamo.
"As duas partes são responsabilizadas por se abster
de todos os actos hostis ou ataques militares contra forças, posições ou
propriedades , nem contra a população em geral",
afirmou Filipe Nyusi.
O Presidente moçambicano anunciou, também, a chegada a
Maputo de oficiais da Renamo para integrar a polícia.
"Recebemos a nova lista de oficiais da Renamo que
devem integrar a polícia da República de Moçambique e foram orientados para se
apresentar imediatamente. A última informação que tenho da Gorongosa é
que eles vão chegar no início desta noite a Maputo",
acrescentou.
Filipe Nyusi precisou que o acordo para a cessação
definitiva das hostilidades militares, marcado para esta quinta-feira, antecede
o acordo de paz e a reconciliação final previsto para breve na
capital moçambicana.
Esta segunda-feira, já arrancou o Desarmamento,
Desmobilização e Reintegração do braço armado da Renamo, também na Serra da
Gorongosa.
Este vai ser o terceiro entre o Governo da Frelimo e a
Renamo, depois da assinatura do Acordo Geral de Paz de Roma de 1992 e o acordo
de cessação das hostilidades militares em 2014.
Durante o Informe Anual do Presidente da República,
que durou 2h30, Filipe Nyusi agradeceu à Renamo pelo diólogo
estabelecido e disse que a assinatura de cessação de hostilidades é
um "momento histórico" que "reafirma a esperança para um futuro
risonho".
"Sem paz não há desenvolvimento. Prometemos que
não descansaremos sem alcançarmos a paz efectiva. Não vamos recuar",
afirmou.
De uma forma geral, o Presidente considerou
que "o Estado da Nação é de esperança e de um horizonte
promissor". Quanto ao resumo do último quinquénio, Nyusi apontou
a estabilização económica, o reatamento da confiança dos parceiros como o FMI
e a realização da cimeira EUA-África. O chefe de Estado acrescentou
que o Governo adoptou medidas económicas que vão permitir controlar a
inflação, agora em 4%, e estabilizar o metical em relação às principais moedas,
como o dólar e o rand. Relativamente à dívida pública, Nyusi afirmou
que o Governo conversou com os credores para reforçar a credibilidade do país.ANG/RFI
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