sexta-feira, 2 de agosto de 2019

Moçambique


       Governo e a Renamo assinam acordo de cessação de hostilidades
Bissau, 02 ago 19 (ANG) -O histórico Acordo de cessação definitiva das hostilidades militares entre o Presidente da República, Filipe Nyusi e Ossufo Momade, o líder da Resistência Nacional Moçambicana, Renamo, principal partido da oposição foi assinado quinta-feira em Gorongosa, centro de Moçambique.
Para o Presidente da República, Filipe Nyusi, o acordo abre uma nova página no processo de reconciliação nacional"ficam para a história as hostilidades entre membros da mesma família, somos nós, os moçambicanos que escolhemos enterrar definitivamente a confrontação armada...pois sabemos quão nefastos são os horrores da guerra para as presentes e futuras gerações".
Para Ossufo Momade o acordo marca um lugar na história e enterra a lógica da guerra para resolver diferenças politicas:"com o fim das hostilidades aguardamos garantias de livre circulação e disputas limpas, em prol da democracia e da convivência fraterna".
Este acordo de cessação de hostilidades militares acontece depois do início do desarmamento dos guerrilheiros da RENAMO esta segunda-feira (29/07), um processo que se seguiu à aprovação pela Assembleia da República da Lei de Amnistia, que perdoa os crimes praticados durante os confrontos armados, que envolveram as tropas governamentais e os guerrilheiros da principal força política da oposição, após 2014 aquando da assinatura do precedente Acordo.
O líder da Renamo e o Presidente da República deixaram juntos a Serra da Gorongosa com destino a Maputo e devem ambos falar à imprensa mesmo à chegada, no Aeroporto internacional de Maputo / Base Áerea.
O acto foi aplaudido pelo antigo estadista moçambicano Joaquim Chissano falando de um momento "histórico".
Por seu lado o presidente do MDM, terceira maior força política, Daviz Simango declarou esperar que o acordo seja duradouro.
E isto defendendo ainda assim que as armas sejam mesmo entregues sob pena do país voltar a conhecer um cenário de hostilidades.
Isto na altura em que encerrou também nesta quinta-feira (1/08) a oitava legislatura da Assembleia da república com apelos à paz, a uma campanha eleitoral pacífica e sem a intromissão das forças de defesa e da policia a favor do partido no poder, para que tambem as eleições gerais agendadas para 15 de Outubro sejam livres, justas e transparentes.
O chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, no seu discurso no parlamento nesta quarta-feira (31/07) prometeu para dentro de dias a assinatura de um acordo de paz em Maputo.
Este seguir-se-ia ao acordo de cessação de hostilidades da Gorongosa, feudo da Renamo, no centro do país.
Um protocolo firmado 27 anos após o fim da primeira guerra civil, com os dois dirigentes a se abraçarem no encerramento da cerimónia.
Este acordo de paz é suposto pôr cobro a um demorado processo negocial iniciado por Afonso Dhlakama, antigo líder histórico do movimento da perdiz, falecido em Maio de 2018, e ocorre escassos meses antes das eleições gerais de 15 de Outubro.
A guerra civil moçambicana decorreu após a independência de 1975 em relação a Portugal e prolongou-se por 16 anos, um conflito que provocou um milhão de mortos e que terminou com o Acordo de paz de Roma de 1992.
As primeiras eleições multi-partidárias tiveram lugar em 1994.ANG/RFI


Sem comentários:

Enviar um comentário